Caminhada em Santos chama a atenção para riscos em bebês prematuros

Segundo a ONG Prematuridade.com, no ano passado, 440 nasceram na Cidade antes do tempo previsto

Por: Júnior Batista  -  11/11/18  -  20:06
Estudo aponta que o Brasil é o 10º país no ranking mundial de nascimentos prematuros
Estudo aponta que o Brasil é o 10º país no ranking mundial de nascimentos prematuros   Foto: Carlos Nogueira/AT

A ONG Prematuridade.com realizou neste domingo (11) uma caminhada para chamar a atenção da população para os bebês que nascem antes do tempo previsto (chamados MBPN, Muito Baixo Peso ao Nascer). O evento ocorreu, simultaneamente, na Capital Paulista, em Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC) e Recife (PE).


O País é o 10º no ranking mundial em nascimentos prematuros, com cerca de 12% dos partos deste tipo, segundo estudo feito por mais de 50 entidades e divulgado pela ONG. “Bebês prematuros, por falta de atendimento qualificado, podem ter sérias sequelas e deficiências. Por isso, é importante sensibilizar e conscientizar a população. Não só sobre os problemas que levam à prematuridade, mas também sobre o acompanhamento que é necessário para redução de danos”, explica Aline Hennemann, professora de saúde infantil e adolescente e vice-presidente da organização.


Fundada em 2014, a Prematuridade.com trouxe, neste ano, o debate sobre o método Canguru. O contato que ele permite é ímpar no tratamento de recém-nascidos prematuros. Entre os benefícios, estão o menor tempo de internação do bebê, o aumento de aleitamento materno, o vínculo da família, menos episódios de apneia do sono e infecções hospitalares, além de controle e alívio da dor.


“Temos uma mortalidade significativa na Baixada. Precisamos de políticas públicas voltadas ao bebê prematuro. Há movimentos, mas o atendimento pós alta ainda não existe em todo o País”. Só em Santos, ano passado, dos 4.887 nascimentos, 440 (9%) foram prematuros.


As causas são diversas. Estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aponta problemas desde a gestão na adolescência, passando por falta de cuidados pré-natais, tabagismo e alcoolismo, até mesmo a desinformação sobre o assunto. “Tem ainda desenvolvimento motor, hemorragia intracraniana, retardo de crescimento e desenvolvimento, entre outros”, emenda Aline.


Por isso, outra bandeira que a ONG defende é a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta o tempo de licença-maternidade nos casos de nascimentos prematuros e está na Câmara dos Deputados. Ela acrescenta aos atuais 120 dias de licença a diferença de tempo entre os chamados bebês atermos (que nascem a partir de 37 semanas) e os prematuros.


“A presença da mãe com recém-nascido é essencial para seu desenvolvimento. Essa mãe de prematuro quase sempre acaba deixando o mercado de trabalho por ser provedora. É difícil para ela não cuidar do filho além dos 120 dias. Mas, hoje, ainda falamos sobre visita de pais em UTI. Pais não são visita, são tratamento para essa criança”, afirma Aline.


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