Cabeleireira de Santos é destaque em capa de revista na Europa

Deborah Oliveira, de 44 anos, foi capa da publicação Mulher Africana, de Portugal

Por: Ravena Soares  -  20/11/23  -  07:00
Atualizado em 27/11/23 - 21:13
Cabelereira diz que ama o que faz
Cabelereira diz que ama o que faz   Foto: Alex Ferraz/AT

A proprietária de um salão de beleza cor-de-rosa, que fica na Avenida Almirante Cochrane, em Santos, é capa de revista na Europa. A empresária, mãe e doadora de órgãos Deborah Oliveira, de 44 anos, ganhou destaque na capa da edição de novembro da publicação portuguesa Mulher Africana.


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O convite surgiu após uma mentora de um grupo do qual ela participa indicá-la aos editores do veículo. “É surreal. Acho que nem eu tinha visto minha vida pelo ângulo que foi descrito”, conta.


Mas, engana-se quem acha que a santista é apenas um rosto bonito estampado internacionalmente. À Reportagem, no início de seu relato, ela conta que é uma mulher ‘muito coração’. “Eu gosto de entregar alegria e devolver felicidade para as pessoas”.


Nascida e criada nas ruas de Santos, Deborah é a terceira filha de quatro irmãs, e tem uma história de força e dedicação à área da beleza. Para ela, proporcionar autoestima a outras mulheres tem um valor inestimável. ”O meu trabalho é muito pessoal. Eu amo”.


Ela é poprietária de um salão de beleza cor-de-rosa, na Avenida Almirante Cochrane.
Ela é poprietária de um salão de beleza cor-de-rosa, na Avenida Almirante Cochrane.   Foto: Alex Ferraz/AT

Carreira
A empresária tinha 12 anos quando começou a trabalhar como modelo. Mas, por volta dos 14, iniciou sua jornada de cabeleireira. Se ela pensou em seguir outro caminho? Sem dúvidas. Aos 18 ela iniciou um curso técnico em Nutrição, mas, ao notar um episódio de desperdício em seu estágio, desistiu do curso. “Jogaram 5 quilos de arroz fora, porque deu uma queimada. Não estava ‘incomível’ (sic) e jogaram tudo fora (...) eu não consigo concordar com esse tipo de coisa. A nutrição é maravilhosa, não é? Mas esse desperdício mexeu muito comigo”, lembra.


Se era destino ou não, é difícil afirmar. Mas Deborah entregou-se totalmente ao ramo da beleza, conciliando a vocação com o casamento e a maternidade, que chegou há 17 anos com seu primeiro filho, Breno.


Neste meio tempo, a cabeleireira começou a trabalhar em uma loja de cosméticos, onde ficou por seis anos, até passar por uma situação que ela descreve como "constrangedora" com um dos funcionários. Apesar de não dar detalhes sobre o ocorrido, ela diz que tudo mudou ali. “Eu não queria mais estar ali. Para mim, não servia mais”, explica.


Deborah já foi modelo e teve uma vida voltada ao mundo da beleza
Deborah já foi modelo e teve uma vida voltada ao mundo da beleza   Foto: Alex Ferraz/AT

Separação

E no turbilhão do rompimento com a empresa em que ela trabalhava, mãe de uma criança de seis anos, ela também rompeu seu primeiro casamento. E esse foi o ‘pontapé’ inicial para que ela começasse a trabalhar como cabeleireira novamente. “Então eu fui fazer cabelo na rua, fui atender em domicílio, fui fazer faxina, passar roupa, fazer buffet, olha…”, lembra.


De sua luta diária, Deborah foi fidelizando clientes até que, em 2012, nasce seu primeiro salão. Uma sala pequena, mas que acolheu seus primeiros clientes até 2019, quando ela se mudou para um novo endereço.


Amar ao próximo

Enquanto a empresária se estabelecia como empreendedora do ramo da beleza, casou-se novamente, e engravidou do segundo filho, que atualmente tem 7 anos. Breno tem isquemia cerebral leve, mas isso não é impedimento para que cresça forte e feliz, segundo ela. A empresária destaca que o filho a surpreende todos os dias. “Ele é uma criança maravilhosa. Uma superação fora do normal. Ele faz coisas que ‘até Deus duvida’... O amor cura’, conta.


E esse amor que ela leva como cura, foi o motivo para que, em setembro, ela doasse um de seus rins para salvar a vida da irmã mais velha. “Foi do dia para a noite, literalmente. Um dia ela estava bem, no outro não. E eu era a última opção”, explica.


Mas ela não se considera uma 'super-heroína' por isso. “Muitas pessoas falam ‘parabéns, você salvou uma vida’. Mas isso é o mínimo. Se eu posso ajudar, por que não?”.


Deborah acredita que esse amor tem sido seu combustível para ganhar o mundo. Ainda que a vida tenha lhe apresentado alguns altos e baixos, ela persistiu. “Se eu pudesse dar um conselho seria ‘amar o próximo como a ti mesmo’. É uma das principais frases, porque se a gente não se amar acima de tudo, não vamos conseguir ajudar ninguém”, finaliza.


Para Deborah o amor cura todas as coisas
Para Deborah o amor cura todas as coisas   Foto: Alex Ferraz/AT

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