Artista muda visual da Casa da Esperança de Santos

Artista plástico e arquiteto Gabriel Menezes, o Mena, é o responsável pela obra

Por: Sheila Almeida  -  16/12/18  -  10:57
Espaços receberam cores que buscam a paz e tranquilidade dos ambientes
Espaços receberam cores que buscam a paz e tranquilidade dos ambientes   Foto: Irandy Ribas / AT

Pilares são símbolo de sustentação, pela sua própria essência. Na Casa da Esperança de Santos, eles levam as cores que representam a casa: verde e branco. Em um corredor da sala de espera, no entanto, o cenário ficará no passado. Terá outro visual, sem mudar o sentido. Ganhará vida, com pilastras representando troncos de árvore e elevando os olhares ao alto. No teto, as copas das árvores prometem paz e luz. Obra doada pelo artista plástico e arquiteto Gabriel Menezes, o Mena.


O presente foi iniciativa do santista Bernardo Virtuoso, empresário de 34 anos da Starte, recém inaugurada galeria de arte urbana da cidade. A ideia surgiu porque o empresário, que passou 17 anos em São Paulo e voltou há um ano, sempre quis ser voluntário na instituição da Ponta da Praia, mas não encontrava o que oferecer. Aliou seu trabalho e se sentiu tocado.


“Pensei: por que não aliar essa contribuição por meio da arte, algo que eu gostaria de entregar para o mundo?”, contou.


Ao pesquisar e lembrar de Mena, fez uma ligação e descobriu uma sinergia. Mena, que já fez exposições de 50 obras em São Paulo, Rio de Janeiro, Portugal e Museu do Louvre, em Paris, topou na hora.


“Ele me ligou e, por coincidência, eu tinha sonhado naquela noite que precisava fazer uma intervenção em um hospital ou centro de reabilitação. Vim aqui conhecer o lugar e, assim que entrei, já vi esse teto, enxergando a arte na sala inteira”, disse o artista.


A escolha

Arquiteto, urbanista e espiritualista, o artista plástico com família em Santos, mas morador da Capital, decidiu colocar a natureza em meio às 280 crianças e adolescentes atendidos, desenvolvendo habilidades motoras e intelectuais.


“A arte só é bem-vinda na ausência da natureza, porque supre a vida que a natureza tem. Por isso, troncos, árvores, céu e estrelas, que são pontos de luz que sempre boto na minha arte, pois neles a pessoa identifica algo divino”, diz o artista, acrescentando que Deus está em tudo, “mas quero lembrar disso de forma sutil nesse ambiente”.


A diretora primeira secretária da Casa da Esperança de Santos, Wilma Monteux, acompanhou o início do trabalho e agradeceu. “Ficamos entusiasmados. É um conceito abstrato, extremamente colorido, e nós da diretoria achamos que teria tudo a ver com o ambiente. A arte vai tornar o lugar muito mais acolhedor, vivo”, disse ela, esperando o mesmo que os artistas. “Que cada um olhe e sinta algo em particular. Porque a arte faz isso, traz essa emoção”, disse Wilma.

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