Após decreto, feirantes e consumidores respeitam regras para evitar aglomerações em Santos

Medida impõe distanciamento social na compra e venda de produtos

Por: Júnior Batista  -  15/04/20  -  01:13
Após decreto, feirantes e consumidores respeitam regras para evitar aglomerações em Santos
Após decreto, feirantes e consumidores respeitam regras para evitar aglomerações em Santos   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

As feiras livres de Santos já funcionam com novas regras. Definidas pela prefeitura em decreto, elas preveem redução das barracas e fitas de isolamento para evitar aglomerações de pessoas na hora da compra, entre outras mudanças. 


Nesta terça-feira (14) pela manhã, na feira da Rua Oswaldo Cruz, no Boqueirão, a maioria dos consumidores e feirantes respeitou as novidades. Elas incluem o oferecimento de álcool em gel aos clientes, higienização das máquinas de cartão após utilização, organização de filas, proibição de aglomerações e uso de máscaras e luvas descartáveis pelos comerciantes.


A Reportagem verificou que houve apenas algumas exceções, como pessoas que “burlavam” as fitas, passando por baixo delas e até mesmo se aproximando das barracas. Para o feirante Anderson Rodrigues, de 27 anos, é preciso que a população tenha consciência.


“A feira livre é um serviço essencial, por isso as pessoas têm de ter consciência. Mesmo com as faixas, elas estão se aglomerando, então é preciso usar máscaras, álcool em gel e se proteger”, diz ele, que trabalha há dez anos na profissão.


Os novos tamanhos das barracas, outra medida imposta pelo novo decreto e que prevê redução de 50% nas estruturas, foram respeitados, assim como o espaçamento de dois metros entre elas.


Opiniões


Para a cuidadora de idosos Valéria da Silva, de 57 anos, as precauções podem parecer exageradas, mas são necessárias. “É importante manter isso. A doença se espalha muito rápido, por isso que quem sai precisa se proteger”, diz ela, que cuida de uma idosa de 93 anos.


Quando retorna à casa da senhora, Valéria deixa os calçados fora, toma banho e respeita todos os cuidados. “Estou há quase um mês sem ver meus filhos. Tô ficando aqui direto, porque as filhas dela [idosa que recebe cuidados] também não podem vir, pela idade. Mas faz parte. O importante é que vai passar”.


Só que nem todos recebem de modo positivo as mudanças. A dona de casa Simone Nascimento Guimarães, de 53 anos, vê exageros. “Acho que a gripe até existe, mas é exagero. Tem outras intenções por trás disso tudo e acredito que seja para derrubar o Governo [Bolsonaro]”. 


Por outro lado, a advogada Alexandra Cortez, de 49 anos, que frisa ser crítica ao governo municipal, diz que as medidas estão acertadas. “Estou sem trabalhar, pois sou autônoma, mas concordo com as medidas. Não adianta eu me cuidar e o outro não, caso contrário a pandemia nunca acabará. Eu acredito que, após isso, a sociedade, como um todo, sairá diferente”.


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