Adilson Jr. quer Câmara de Santos focada em legislações para geração de economia e emprego

Vereador foi eleito pela segunda vez para presidir o Legislativo municipal

Por: Bruno Gutierrez  -  15/01/21  -  10:30
Adilson Júnior destacou a redução nos valores dos contratos de prestação de serviços
Adilson Júnior destacou a redução nos valores dos contratos de prestação de serviços   Foto: Irandy Ribas/AT

Adilson dos Santos Junior (Progressistas) está em seu quarto mandato consecutivo como vereador em Santos. Pela segunda vez, ele assume a responsabilidade de presidir a Câmara de Santos. A primeira foi no biênio 2017/2018. Novamente à frente da Casa de Leis, ele quer dar continuidade ao processo de modernização do Legislativo. Além disso, pensa numa Câmara focada em criar legislações que possam ser geradoras de economia e emprego para o município.


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Como foi a construção da sua candidatura para a presidência da Câmara?


Primeiro, gratificante pelo jeito que foi. Num primeiro momento, eu não havia colocado meu nome para pleitear. Existiam outras pessoas, também capacitadas, com história política e possibilidade de gestão administrativa bastante interessante. A Telma (PT), por exemplo, deu entrevista dizendo (que queria se candidatar). Minha companheira de partido, a vereadora Audrey (Kleys, PP), o Fabrício (Cardoso, Podemos). O próprio presidente Rui (de Rosis, PSL), que foi presidente por dois anos e poderia pleitear ser de novo presidente. Isso se deflagrou. A posteriori, soube também que o vereador (Sergio) Santana (PL) tinha manifestado esse interesse. Tinham alguns candidatos, o vereador Cacá (Teixeira, PSDB). Dado, talvez, pelo número de candidatos, teria que ter um consenso. Alguém abrir mão. Esse processo começou pelo vereador Rui. Ele abriu mão e disse "eu abro mão só se o Adilson for candidato". E esse movimento começou também com os demais. Pelo desafio e pelos colegas, pela responsabilidade, acabei aceitando e, de fato, me coloquei como candidato. Isso criou esse movimento dentro daqueles que por ventura pleiteavam e entendiam que podia ter essa sinergia atráves do nosso nome. Deu certo. E depois fomos consolidando isso com os demais, que originou os 17 votos.


Quais são as suas prioridades para o biênio à frente da Câmara?


Do ponto de vista administrativo, continuarmos o processo que de alguma forma comecei, e que o Rui continou, dessa modernização da Câmara. Por exemplo, as placas fotovoltaicas, que a gente tão logo vai ligar e deixar de consumir energia tradicional. Seja ela 100% limpa. Começamos no nosso mandato, licitação feita enquanto era presidente. O presidente Rui continuou e agora a gente deve estar acabando esse processo para liga-las. Aliado a isso, acho que apostar um pouco na tecnologia para que você tenha uma proximidade maior do munícipe com o Poder Legislativo. Acho que esse é o cerne da questão, de você encurtar cada vez mais esse caminho.


E do ponto de vista legislativo também são os desafios desse novo mundo. Acho que a Câmara terá esse papel de pensar legislações que sejam indutoras de serviços e de comércio para a geração de economia e emprego. Isso para que consigamos fazer uma retomada econômica numa velocidade maior que, de repente, se espera ou é possível. Temos que estar muito atentos a isso. Prover leis ou incentivos ao empresariado para ele apostar na cidade e conseguirmos a retomada econômica e de geração de empregos aqui.


Quais os principais desafios para este mandato como presidente da Câmara?


Principalmente, essa questão que se torna até paradoxal quando se fala da questão administrativa. É um desafio que a gente vive. O prefeito Rogério Santos assume a prefeitura com R$ 82 milhões em caixa. É justamente a devolução que a Câmara fez no último ano de exercício. Tudo que você aprimora, que você investe, requer também investimento. Você tem esse desafio de fazer economicidade para que esta sobra do recurso da Câmara seja cada vez mais significativa porque ela vai aportar na ponta, na cidade. Isso é o desafio.


E, principalmente, vencer esse desafio do novo mundo. A pandemia foi uma ruptura em todos os sentidos. De você mostrar para as pessoas que o parlamentar tem um papel também na sociedade. Não só de representa-las, mas de ser efetivamente esse agente público facilitador, seja da economia ou da geração de empregos. Acho que esse é um desafio muito grande. Como vencer essa barreira da comunicação, das pessoas terem essa interpretação. Para trazer ainda mais a credibilidade necessária para fazer as coisas, de fato, acontecerem. Nesse momento as pessoas tem cada vez mais desconfiança do meio político. Estão aí as eleições para mostrar. Quando 100 mil pessoas deixam de votar não dá para dizer que é só por conta da pandemia. Tem algum outro elemento inserido neste contexto. É o desafio da gente entender a percepção das pessoas neste momento.


O senhor acredita que o Legislativo ainda deve sentir, neste ano, reflexos da pandemia?


Nos trabalhos da Câmara, com certeza. Principalmente pela questão do cidadão. A gente tinha um rito muito próximo das pessoas. A essência da Câmara é promover audiências públicas, atrair as pessoas para dentro do nosso ambiente. Nas nossas sessões que a gente entende que tem que ter a participação popular e por diversas vezes isso acontece. Nesse primeiro momento vai ter uma mudança de comportamento. Como serão as audiências públicas sendo que, de repente, o público terá receio de estar num ambiente com mais pessoas? Vai ser um período de maturação neste sentido.


O senhor esteve vereador nos últimos 8 anos, sendo dois deles como presidente da Câmara, enquanto Paulo Alexandre Barbosa era prefeito. O senhor acredita que Rogério Santos será uma continuidade ou uma gestão diferente?


Serão momentos diferentes. Mas acho que a continuidade será muito salutar para a nossa cidade. O Rogério não é um paraquedista. É um cara que conhece a cidade e conhece todas as ações que deram certo no nosso governo. Digo nosso porque me sinto participante das ações que o governo fez. Acho que é assim que tem que ser. A Câmara é um poder independente, com diversas correntes ideológicas e partidárias, mas penso que ela como um todo tem um único objetivo de estarmos juntos, Legislativo e Executivo, num bem comum. Acho que é isso que a socidade espera dos seus representantes. Principalmente, em momentos como a gente vive de ruptura, de perdas. Penso que as pessoas esperam que sejam, de fato, esses gestores, que não tenham advserdidades quando está em jogo o bem comum. Que todos caminhemos para um único objetivo. Acho que assim que vai andar.


Acho que o Rogério está preparado para isso. Já tivemos a primeira conversa logo nos primeiros dias. É claro que eu, talvez, tenha essa proximidade por ter o privilégio de ter sido, por 2 anos, líder do governo Paulo Alexandre e o Rogério era justamente o elo de ligação do prefeito com a Câmara. Então, nós dois desempenhávamos papeis semelhantes. Ele com a interlocução do prefeito e eu com a interlocução com a Câmara. Eu tenho toda a propriedade para dizer que ele tem todas as características para uma continuidade porque conhece os acertos e também os erros. Aí, tende a errar menos. Acredito que essa relação vai ser muito positiva.


Ainda tramita na Câmara o projeto de lei que autoriza cães na faixa de areia. Ele retornou para as comissões internas com a promessa de que seria votado no início deste ano. Isso irá se concretizar?


Acho que sim. Não digo que caminha para uma aprovação. Por que houve essa polêmica? Eu classifico com algumas questões. Primeiro, às vezes, a dificuldade que tivemos de informar efetivamente do que se trata o projeto. É para regulamentar uma atividade. Hoje, o cachorro tá na praia. O que não tem é uma regulação para isso. Hoje, ele é só proibido e ponto final. Não tem quem fiscaliza, sanção de quem vai, essas coisas. Também acredito que nós temos dois cenários. O primeiro é de levar informação as pessoas sobre o que versa efetivamente o projeto e dirimir essas dúvidas, principalmente, sobre a proliferação do bicho geográfico. Foi mudado pela Comissão de Saúde, presida então pela vereadora Telma, que nós prevíamos só um determinado lugar da praia. A Comissão ampliou para a praia inteira. Será que a gente não pode voltar ao original? A sociedade não entenderá melhor se for num lugar e isso ir maturando? Como foi em várias praias do mundo.


Também acredito que, por se tratar de um bem comum e valor inestimável para a nossa população, que são nossas praias e nossos jardins, causaria essa "polêmica". Creio que estamos num momento propício para isso. A gente tem que por como eixo principal para a cidade, a questão do fomento do turismo. E esse momento é propício para um turismo interno. As pessoas não estão viajando para fora dada a pandemia. Qual é um turismo que atrai nesse momento em todos os lugares do mundo? É o turismo pet frindly. Pessoas procuram hoteis que aceitam cães, cidades litorâneas que são praias pet friendly. Isso ainda não existe no estado de São Paulo. Eu acho que isso também poderia ser um indutor de fomento do nosso turismo local, de geração de empregos, de aquecimento do mercado de hoteis e adjacentes. Acredito muito nisso. Já estive em algumas praias pet friendly e que dadas as caractéricas, ela é sinérgica entre o convívio humano e o seu cãozinho. Hoje é um dos mercados mais aquecidos e um dos que menos sofre com recessão econômica. É uma questão de negócios positiva no mundo inteiro. Acho que isso pode fomentar ainda mais. Podermos ter esse título de ser a primeira cidade litorânea do estado de São Paulo a ser pet friendly. Acho que isso iria levar ainda mais o nome da cidade no âmbito nacional e, principalmente, para esse nicho de mercado.


Mas acredita que o projeto deva retroceder ao texto original?


Eu vejo dos parlamentares que estiveram nessa votação, e muitos desses continuaram, uma intenção neste sentido. E com as pessoas com quem conversamos, mesmo aquelas contrárias, entendem que poderia ser menos "polêmico" se, ao invés da praia inteira, segregasse um pequeno espaço para esse convívio. A questão da faixa de horário acho que foi positiva sobre o avanço que se teve. E voltar a esse projeto piloto para as pessoas entenderem. Seria mais fácil fazer a medição da areia para provar, como os biólogos e professores que estiveram em audiências públicas já falaram, que se existe o bicho geográfico, ele já está lá. Não é o cão que vai leva-lo. Tampouco porque o cão que a pessoa leva na praia, a primeira coisa que ela faz é vacinar e vermifugar. Hoje em dia é inimaginável alguém que tenha um carinho pelo seu cão e eu tenho o meu, que é o primeiro cuidado básico, não teria.


No mandato anterior como presidente, o senhor defendia o fortalecimento da comunicação, com a criação de um canal de TV do Legislativo e a rádio. Isso terá continuidade?


Não penso nisso. O momento não é propício. Hoje você colocar de pé uma emissora de rádio e TV demanda de um bom investimento. É um investimento alto e muitos desses equipamentos são dolarizados. A gente não vive um bom momento. O dólar alto e um investimento significativo. Mas continuo acreditando temos que investir mais na comunicação. A rádio e a TV naquele momento não conseguimos colocar de pé dado também a complexidade que é uma licitação nesse sentido. Cada elemento é uma nova licitação. É difícil. E no momento que a gente vive, inviável. Mas continuo acreditando. Como a gente fez e está de pé, num primeiro momento executado pelo presidente Rui, a comunicação institucional da Câmara. Temos que aprimorar. Não dá para um poder como o nosso, ter um único assessor de imprensa para todo corpo. Não dá. Isso envolve a comunicação, e mais do que isso, estreita esse elo entre o Poder Legislativo e a população. Isso a gente pode e tende a aprimorar.


A Câmara iria realizar um concurso público ano passado, que acabou suspenso devido à pandemia. Existe uma previsão para a realização do concurso?


A Lei Federal feita pelo (Jair) Bolsonaro por conta da pandemia não permite que você chame, até 2022, pessoas que por ventura passaram num concurso público. Só que aqueles cargos vagos a gente pode chamar. Agora, de realizar novos concursos, que é necessário pois as pessoas continuam se aposentando, a gente tem essa balança começando a ser desequilibrada. Mas isso só é possível pensar depois que acabe esse decreto, essa lei por conta da pandemia. Ninguém no Brasil pode crescer o seu orçamento e despesa de pessoal. Mas vamos chamar. Alguns é possível porque o cargo está vago.


Qual a mensagem que o senhor deixa para a população de Santos?


Estamos perto da gente sair disso que o mundo vive, dessa coisa sem precendentes e que parece que vivemos ora num filme de suspense, ora num filme de terror. A Câmara, como um todo, por mais nós tenhamos 21 parlamentares de diferentes correntes ideológicas, políticas e tal, é um plural. Tenho a certeza que o todo pensa uma única coisa: que tenhamos aí tão logo uma solução para isso, uma vacina para que a população volte a respirar. Fazendo até uma simbologia com a questão das máscaras que as pessoas estão usando. E dizer que, nesse momento e pós esse momento, a Câmara está aqui de portas abertas. Os seus vereadores, como sempre, abertos para ouvir a população e poder trabalhar para que a gente consiga, tão logo, ter uma cidade da forma que a gente quer, da forma que a gente deseja. Com menos desigualdade social, com geração de emprego e de renda para que Santos continue a ser a Santos que a gente tanto sonha e que a gente deseja.


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