Médico acusado de agredir criança nega versão da família e teme demissão em Praia Grande

Em entrevista para ATribuna.com.br, profissional deu detalhes sobre a sua versão do acontecido no último sábado (23)

Por: Por ATribuna.com.br  -  30/01/21  -  12:16
A vítima tem 27 anos e foi levada à Unidade de Pronto Atendimento Samambaia
A vítima tem 27 anos e foi levada à Unidade de Pronto Atendimento Samambaia   Foto: Rodrigo Nardelli/TV Tribuna

O médico que foi acusado de agredir uma criança de oito anos, na UPA Samambaia, em Praia Grande, negou a situação que foi exposta pela família da criança. Em entrevista para ATribuna.com.br, sob a condição de anonimato, o pediatra afirma que todos os procedimentos condiziam com a ética profissional e acusa a família de negligência com a criança, que deixou o local sem o término do atendimento.


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O caso aconteceu na noite do último sábado (23), quando a família da criança decidiu levá-la até a unidade após um acidente de bicicleta. Durante o atendimento, a família acusou o médico de ter batido no rosto da criança, além de ter sido grosso durante o atendimento.


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Segundo o médico acusado, o atendimento foi imediato e, desde o início, a criança já apresentava bastante agitação. "Fui segurar a cabeça da criança pra examinar, ela não parava de gritar, e eu pedi para ela assim: 'eu preciso que você me ouça. É importante eu examinar a sua boca', porque ela tinha uma lesão na face e poderia haver uma perfuração. Aí, a criança começou a bater a cabeça e eu estava segurando ela, então dava a impressão, assim, como se ela tivesse levando uns tapas, mas ela estava balançando a cabeça", explica o profissional.


Neste momento, ainda segundo o médico, ele pediu a ajuda da enfermeira, que pedia para ele ter calma. Logo em seguida, a acompanhante da criança disse que não estava gostando do atendimento e o acusou da agressão. Após insultar o médico, a família ficou esperando no corredor do hospital e passou a difamá-lo para os outros pacientes que estavam na unidade. O pediatra conta, também, que foi preciso cinco pessoas para conter a criança durante a sutura dos pontos (dois profissionais de enfermagem, o médico, a mãe e um segurança).


A maior preocupação durante a avaliação, segundo o médico, era se a criança estava com algum trauma interno. Enquanto não era feita a tomografia para avaliar possíveis traumas, o médico solicitou um exame de raio-x. Enquanto isso, conforme o relato, a enfermeira mandou o paciente para o corredor para aguardar. O pediatra foi avisado pelo segurança que a família estava agitada e poderia correr o risco de agressão. Logo em seguida, ele foi avisado que o paciente havia saído do local.


Momentos depois, a família voltou com uma equipe da polícia militar, onde foram colhidos os depoimentos. O médico também conta que ligou no conselho tutelar para que acompanhassem o caso, para saber se a criança recebeu o atendimento médico complementar. "O mais importante é a saúde da criança. Eu não estou nem preocupado com o que a família fala. Eu estou preocupada com a criança, como evoluiu, como terminou o tratamento. A minha função como médico é essa", diz.


Para o pediatra, a situação o deixou prejudicado, já que foi afastado do trabalho e não sabe se será demitido posteriormente. Em nota, o escritório de advocacia que acompanha o caso do médico, Martorelli, Sales, Oliveira & Prado Advogados, informou que repudia as acusações feitas contra o cliente.


Confira na íntegra:


O escritório repudia as acusações feitas contra o nosso cliente. Tudo parece tratar-se de uma inversão de valores. Um médico, no exercício de seu trabalho, cuidando e salvando vidas, não pode ser irresponsavelmente tachado de criminoso. Isto traz consequências graves, ainda mais se tratando de pessoa inocente. O Dr responsável pelo atendimento em nenhum momento extrapolou os devidos cuidados durante o atendimento e, com toda técnica, tratou da criança. Agora, sofre infundadas acusações. Medidas judiciais serão tomadas para que a verdade venha à tona e que os verdadeiros irresponsáveis sejam responsabilizados.


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