Mãe e bebê de 2 anos são queimados por medusa do mar em Praia Grande: 'Como se fosse uma ferroada'

Aparecimento destes animais no litoral paulista é comum nesta época do ano

Por: Bruno Almeida  -  04/01/22  -  09:21
Atualizado em 04/01/22 - 09:36
Criança de dois anos teve perna queimada por água viva
Criança de dois anos teve perna queimada por água viva   Foto: Arquivo pessoal

Uma mãe e um bebê de dois anos foram queimados por uma água viva na manhã desta segunda-feira (3), em Praia Grande. Ao vê-la ainda nadando próximo à criança, a mulher de 42 anos pegou o animal com a mão e o arremessou para longe, no mar da praia da Guilhermina.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


A pedagoga Patrícia Albuquerque conta que teve três dedos queimados. "Não tinha ideia que fosse uma água viva. Só percebi quando queimou a minha mão. (...) A dor é como se fosse uma agulha entrando no dedo. Você sente como uma ferroada", conta.


O filho dela, Theo, havia sido queimado na perna instantes antes, enquanto brincava no mar. Os pais da criança afirmam que estava tudo normal, quando, de repente, Theo começou a chorar. "Só vimos aquela coisa azul passando perto dele. A minha esposa o pegou e jogou para longe", diz o comerciante Roberto Andrante, pai do bebê.


"Ele chorou por 40 minutos direto. A dor parecia muito intensa, porque ele nem conseguia colocar o pé no chão", lembra Roberto.


Aparecimento destes animais no litoral paulista é comum nesta época do ano
Aparecimento destes animais no litoral paulista é comum nesta época do ano   Foto: Rodrigo Nattan Guimarães/Arquivo Pessoal

A família paulistana passou o fim de ano em Praia Grande e aproveitou que a orla da cidade estava mais tranquila nesta segunda-feira para um banho de mar. Após o incidente, o casal conta ter visto outra mulher e ao menos três crianças que também tinham marcas (de queimadura) parecidas com as de Theo.


Como tratar

Segundo a família, Theo teve a queimadura lavada com água do mar mesmo, por orientação de um guarda-vidas. À Reportagem, o biólogo marinho Edris Queiros explica que a atitude foi acertada.


"O correto é lavar com água do mar. Este é um dos animais mais venenosos do mundo e tem nematocistos, que são espinhos que entram na pele, como ferrões. Eles estão nos tentáculos da água viva", informa.


Segundo Edris, o aparecimento destes animais no litoral paulista é comum nesta época do ano, por ser período de reprodução e pelo calor. O biólogo recomenda, também, que vítimas de queimaduras procurem por atendimento médico o quanto antes e não cocem o local em que os tentáculos encostaram.


São comuns

A Guarda Costeira de Praia Grande não foi acionada para atendimentos na praia. Porém, o inspetor do grupamento, Delfo Monsalvo, explica que, nesta época do ano, é muito comum o aparecimento das caravelas-portuguesas e outros tipos de águas-vivas, que são levadas pela correnteza até a praia.


"Por ser um animal bonito e chamar a atenção, é muito importante que os banhistas não peguem, não toquem, pois, as toxinas causam queimaduras graves", diz.


A Prefeitura recomenda que os banhistas fiquem atentos e, se queimados, procurem atendimento médico o mais rápido possível.



Logo A Tribuna
Newsletter