Criança autista de Praia Grande enfrenta leucemia incurável

Guilherme Albuquerque enfrentou tratamentos contra a doença, mas não pode receber transplante

Por: Yasmin Vilar & De A Tribuna On-line &  -  18/02/19  -  11:00
  Foto: Arquivo Pessoal/ Josete Albuquerque

As referências do tratamento médico já se tornaram rotina para o menino Guilherme Gomes Albuquerque, de 7 anos. Dia de visita ao médico é marcada pelas brincadeiras e presentes na ala de oncologia infantil da Santa Casa de Santos.  Já os exames são lembrados pelos curativos coloridos. Diagnosticado com leucemia aos 2 anos de idade e sem a possibilidade de receber um transplante, a avó materna desabafa que estão “à espera de um milagre”.


Portador do transtorno do espectro autista, Guilherme enfrenta um tratamento contra a doença há cinco anos. Os primeiros sinais da doença foram apresentados com a virada do globo ocular, assim como dificuldades motoras após duas quedas graves na casa mãe, que não manteve mais contato com a criança. É a avó materna, Josete Albuquerque, de 48 anos, que passou a tomar conta de Guilherme e ser o "colo e apoio" da criança durante o tratamento. 


Depois do diagnóstico, a criança enfrentou inúmeras sessões de quimioterapia e radioterapia, tudo para combater as células cancerígenas no sangue.  A avó explica que a única possibilidade de cura, na visão dos médicos, seria o transplante ainda com a doença existente, colocando sua vida em risco pelo organismo não apresentar mais mecanismos de defesa. “Seria o mesmo que levá-lo para morrer e eu nunca deixaria isso”, desabafa.


Criança foi diagnosticada com leucemia aos 2 anos de idade
Criança foi diagnosticada com leucemia aos 2 anos de idade   Foto: Arquivo Pessoal/ Josete Albuquerque

A primeira tentativa de transplante não foi realizada porque o doador não havia sido localizado. Uma nova chance foi dada e uma doadora estrangeira apresentava medula óssea compatível com a criança. A família foi para Jaú realizar a internação, mas os exames apontavam que a doença havia retornado, impossibilitando qualquer chance da realização do transplante.


Com a cirurgia descartada, médicos ainda arriscaram a aplicação de dosagens extras da quimioterapia, mas o tratamento não apresentou resultados, apresentando um aumento na reprodução das células cancerígenas.“Não querem mais internar porque não tem mais o que fazer. O médico explica que o perderiam realizando o tratamento novamente”. Morador de Praia Grande, o menino realizou todo o tratamento na Santa Casa de Santos, mas o câncer também atingiu o sistema nervoso. 


Uma nova tentativa de tratamento é descartada pelos oconlogistas. A avó define o menino como "guerreiro" pois sempre enfrentou a doença com um sorristo no rosto, mostrando alegria até mesmo nas fotos tiradas no hospital. "As pessoas não sabem como ele ainda está vivo ou suporta tudo isso, mas sinto que a alegria talvez seja o motivo para ainda resistir". 


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