Planejamento é palavra de ordem após a reforma da Previdência

Nova Previdência exige dos mais jovens uma mudança de hábitos

Por: Rosana Rife & Da Redação &  -  18/11/19  -  14:52
Allef Araújo não tira os olhos da tela do celular em busca de detalhes sobre investimentos
Allef Araújo não tira os olhos da tela do celular em busca de detalhes sobre investimentos   Foto: Vanessa Rodrigues/ AT

A Nova Previdência, que começou a valer na semana passada, exigirá dos jovens planejamento financeiro e mudança de hábitos para chegar à Terceira Idade com dinheiro suficiente para viver dias tranquilos, avisam os especialistas. 


“Contribuir para a Previdência Social é obrigatório. Mas, cada vez mais, o sistema servirá para cobrir os chamados riscos sociais, como doença e morte, por exemplo”, diz o advogado Cleiton Leal Dias Júnior. 


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Por onde começar 


Quem quiser garantir um rendimento melhor terá de trilhar o caminho por conta própria. Saber investir será a chave do sucesso. Portanto, dê uma olhada nos sete passos que podem ajudá-lo nesse trajeto.  


“O primeiro ponto é não ficar amarrado às regras antigas. Os jovens têm que se adaptar ao novo. Para isso, precisam ter clareza e fazer previsão do que querem para o futuro”, diz o consultor financeiro Uesley Lima.  


Agora é hora de decidir quanto se quer na conta bancária mensalmente após a aposentadoria para não passar perrengue e, depois, se preparar para investir. O maior ponto a favor dos jovens é o tempo para pensar, organizar e poupar.  


Quanto mais tempo para guardar dinheiro, menos precisarão dispor agora, quando começam a entrar no mercado de trabalho e recebem salários menores, destaca o professor de Economia e Finanças da Fiap, Marcos Crivelaro. 


“Há um número mágico, como uma espécie de dízimo, que é guardar pelo menos 10% do salário. Mas, quando se vê estatísticas de vários países, dificilmente se bate essa marca. Já nas nações mais desenvolvidas e com nível salarial maior, esse percentual aumenta”. 


O pontapé inicial passa por mudança de hábitos e encarar o investimento como algo vital para a vida. “Em vez de torrar o salário, a pessoa terá de criar hábito de poupar em coisas que darão rendimento ao longo da vida”, informa o economista e diretor da Strong Esags, Eduardo Becker. 


Hora do estudo 


Definir onde colocar o suado dinheirinho também não é tarefa fácil. Educação financeira ainda não é uma matéria que se aprenda no banco escolar. “O Brasil está entre os três piores países do mundo no quesito poupar. E não estou falando em guardar fortuna. Falo em guardar qualquer valor financeiro”, explica Uesley. 


Então, para a geração conectada, a internet será uma saída, avalia Eduardo. “Ou a pessoa vai por si só estudar um pouco do mercado. A internet ajuda muito. No caso de investimento em ações, por exemplo, o jovem terá de analisar os melhores papéis ou contratar um consultor. Há muitos cursos que pode fazer, inclusive na Bovespa”. 


É o que faz o farmacêutico Allef Araújo, 25 anos, que começou a estudar finanças por conta própria há seis meses. “Busco muita informação na internet e guardo 30% do salário”.  


Dicas 


Aprender sobre produtos disponíveis no mercado de investimentos é um passo. Mas Uesley vai além e cobra atitude dos jovens. “Você tem poupança, CDB, LCA, LCI, enfim, uma infinidade de siglas que trazem confusão. A dica é admitir ao gerente do banco não saber o que são esses produtos, mas reforçar que o banco deve investir o dinheiro no que me rentabiliza melhor”. 


Independentemente do valor a ser aplicado, a rentabilidade deve ficar, pelo menos, no mesmo patamar da Selic, que é a taxa básica de juros do País. “Se hoje ela está em 5% ao ano, esse retorno tem de ser garantido. Um caminho para saber se está nesse patamar é descobrir se o investimento rende, por exemplo, 100% do CDI. Se render menos, você perderá dinheiro”. 


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