Pesquisa aponta que maioria dos moradores apoia ações contra coronavírus em Santos

Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT) conversou com 600 moradores da cidade, de todos os bairros, por telefone, entre os dias 20 e 22

Por: Da Redação  -  26/04/20  -  19:37
Primeiros resultados na região devem ficar prontos no dia 10 de maio
Primeiros resultados na região devem ficar prontos no dia 10 de maio   Foto: Matheus Tagé/AT

A maioria dos santistas aprova o isolamento social como medida para combater o novo coronavírus. Levantamento do Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT) revela que 52,5% dos santistas concordam que a população deve ficar em casa, exceto aqueles que desempenham serviços essenciais. Para 37,8%, seria melhor isolar apenas os mais velhos e aqueles em grupos de risco.


A pesquisa foi realizada com 600 moradores da cidade, de todos os bairros, por telefone, entre os dias 20 e 22.


Também se perguntou se as pessoas estão preocupadas com o novo coronavírus. Praticamente nove em dez entrevistados se disseram preocupados ou muito preocupados com a doença (88,9%).


Para 60,5%, o entendimento é o de que a prioridade dos governos, neste momento, é cuidar da saúde e da vida dos pacientes, à frente de situação econômica, que é tida como prioritária para 29,5%.


A pesquisa feita pelo IPAT também revela que a maioria dos santistas afirma ter mais medo de contrair a doença (69,7%) do que de perder o emprego (24,4%). 


Uma questão das que mais provocam discussões entre as medidas tomadas pela Prefeitura para combater o novo coronavírus, o fechamento do calçadão da orla e da praia, é aprovado pela maioria dos santistas, 67% (pouco mais de dois terços), contra 31,5% que discordam da restrição adotada pelo Município.


>> Confira mais informações da pesquisa do IPAT no infográfico


O resultado é sentido também nas ruas. Em bairros da orla, por exemplo, entrevistados diziam que o isolamento é necessário – ainda que em queda na região.


“Tem funcionado no mundo todo. Aqui não tem sido diferente. Concordo com o isolamento”, diz Álvaro Augusto, de 25 anos, que trabalha numa marcenaria. “Para quem pode fazer (serviços) de casa, o jeito é se isolar por enquanto.”


A quarentena por conta do coronavírus foi decretada em 15 de março pelo governador João Dória, e coube aos municípios fazer suas legislações municipais.


Em Santos, o isolamento completo da praia e do calçadão vigora há 20 dias.


Na última quarta-feira (22), Doria anunciou que, a partir de 11 de maio, alguns setores da economia poderão ser gradativamente retomados.


Outros dados


A pesquisa IPAT também ouviu os santistas sobre outras questões.


Perguntados sobre qual área da Cidade deveria ter mais atenção por parte da Prefeitura, predomina a Saúde (48,6%), seguida da geração de emprego (14,2%) e a questão dos moradores em situação de rua (12,4%).


Para 44,2% dos entrevistados, o prefeito está muito empenhado no enfrentamento ao coronavírus, seguido dos que acham que Paulo Alexandre está apenas empenhado (39,9%).


A amostragem da pesquisa segue critérios técnicos em relação ao total de habitantes da Cidade.


Santista mais consciente, diz prefeito


“Acho que as pessoas estão mais conscientes sobre a necessidade da quarentena e de que só esse rigor nos permitirá retomar a economia de forma mais rápida e segura”.


Essa é a avaliação do prefeito Paulo Alexandre Barbosa sobre o bom índice apontado pela pesquisa de pessoas que aprovam o isolamento total como forma de lidar com a pandemia (52,5%).


Paulo Alexandre se mostra preocupado com a subida da ocupação dos leitos na Cidade. Ontem, 51% das vagas em hospitais públicos e privados de Santos estavam ocupadas por pacientes com a covid-19.


Na média, a internação dura de 15 a 20 dias, o que faz uma vaga ser disponibilizada de forma muito lenta. Das vagas ocupadas ontem, 21% eram de pacientes provenientes de São Vicente.


O prefeito pondera, ainda, que não basta aos municípios ter leito de UTI. “Abrir leito de UTI só faz sentido se estiver com respirador e equipe técnica”, diz. 


O Estado já anunciou a intenção de retomar as atividades comerciais, de forma gradual, a partir de 11 de maio. Paulo Alexandre diz que essa retomada será feita com base em dados da contaminação até lá.


Na semana passada, 10 mil testes rápidos foram contratados para a região. Eles vão demonstrar quantas pessoas já tiveram contato com o vírus e já estão imunizadas.


Na última quarta-feira (22), o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana (Condesb) aprovou a utilização de R$ 4,4 milhões do fundo metropolitano para o combate à doença. Testes poderão ser contratados pelos municípios com essa verba, agilizando a identificação de casos em toda a região.


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