Para senador, reforma tributária não será votada em 2020

Major Olímpio diz que propostas em tramitação precisam ser aperfeiçoadas e que eleições atrapalham discussões

Por: Da Redação  -  19/08/20  -  22:53
Senador participou de live com jornalistas do Grupo Tribuna
Senador participou de live com jornalistas do Grupo Tribuna   Foto: Matheus Tagé/AT

A Reforma Tributária não deve ser votada este ano no Congresso Nacional. Para o senador Major Olímpio (PSL-SP), as duas propostas de emenda constitucional (PECs) que tramitam, uma na Câmara e outra no Senador, não são ideais e precisam ser aperfeiçoadas. Além disso, Olímpio, que é subrelator da comissão mista que trata do tema no Congresso, lembra que as eleições municipais atrapalham as discussões, porque os políticos direcionam as atenções para suas bases.  


“Eu duvido que seja votada. A PEC 45, da Câmara dos Deputados, tem alguns problemas. Para área de Serviços, os impactos são enormes com a majoração de tributos. A PEC 110, do Senado também não está boa. Estamos aperfeiçoando o obsoleto. Eu proponho uma desoneração regressiva: quanto mais empregar e melhor pagar, menos encargos na folha de pagamento”, disse o senador, que participou do programa Sem Censura nesta terça-feira (18), transmitido ao vivo pelo Facebook do Grupo Tribuna


Ele critica a terceira proposta, do Governo, que chama de um “PLzinho” muito tímido.  “O mal de todo espertão é achar que todo mundo é idiota. ‘Vou mandar um projeto de lei, que voto com maioria simples, para enganar 513 deputados e 81 senador’. (Jair) Bolsonaro e Paulo Guedes dizem que não haverá alta de impostos, mas na área de serviços estão sendo majorados (no projeto)”.  


Racha com presidente 


Major Olímpio explicou o racha com Bolsonaro. Afirma que é agradecido por ter sido eleito na corona do presidente, mas que não pode “concordar ou praticar os mesmos crimes que ele e os filhos, por exemplo, estão praticando”. 


“O presidente rompeu comigo muito rapidamente. Eu encabeçava a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Lava Toga, do STF (Supremo Tribunal Federal). Pedi o impeachment do (Dias) Toffoli, presidente do STF, por causa do inquérito das fake news. E Bolsonaro veio me arrebentando, porque ele tinha e tem um acordo com Toffoli para proteção dos filhos e dele mesmo”.  


O senador afirma que “não tem bandido de estimação”. “De ladrão eu quero distância. Ladrão é como o Lula, o maior do Brasil, condenado. E ladrão também é quem pega dinheiro, salário de funcionários, que faz rachadinha. E não é uma coisa só de filhos, não. A decepação é enorme. A lei é para todo mundo”.  


Segundo o parlamentar, a pauta de corrupção foi completamente abandonada. O Governo não apoia mais a Lava Jato e ele não pode ser cego, surdo e mudo. “(Bolsonaro) não pode ser acusado pelas rachadinhas que sempre praticou, não vai ser julgado no exercício do mandato, a lei lhe garante”, diz. “Ladrão é ladrão, não porque é de esquerda, direita ou centro. E nem pela quantidade que está roubando”.  


Para ele, o Governo se acostumou como o ‘toma lá, dá cá’, exatamente o que prometeu acabar. "Sou o que mais defende e vota com o Governo, mas têm uma coisa: sou independente e de graça. Não aceito carguinho, emenda extraordinária. O presidente se acostumou a isso”.  


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