Para quando as janelas se abrirem: Idosos relatam como têm vivido os dias de isolamento

Do chamado “grupo de risco”, idosos encontram formas de enfrentar a pandemia do novo coronavírus

Por: Da Redação  -  09/05/20  -  19:51
Guilherme Gargantini e Nanci Toledo deram seus depoimentos
Guilherme Gargantini e Nanci Toledo deram seus depoimentos   Foto: Nirley Sena e Arquivo Pessoal

Eles somam mais de 275 mil na Baixada Santista, ou 16% da população total. Pelas projeções da Fundação Seade, instituto estadual que faz pesquisas demográficas e estudos socioeconômicas, serão mais de 386 mil pessoas com idade superior a 60 anos (19,71%) em 2030.


Mas para além dos números e estatísticas, os maiores de 60 anos são chamados, nesta pandemia do coronavírus, de “grupo de risco”, ou seja, pessoas com maior vulnerabilidade para serem contagiadas pelo vírus da covid-19.


>> A Tribuna perguntou a quatro idosos da região como têm vivido seus dias de isolamento: Guilherme, Nancy, Regina e Maria José; confira os depoimentos 


E em sendo do grupo de risco, a orientação das autoridades de saúde é ficar em casa, evitar o contato com outros familiares, sair apenas se for mesmo necessário. Embora a maioria esteja cumprindo as orientações, é fácil ver pelas ruas idosos e idosas circulando em feiras livres, caminhadas e supermercados. “A gente que já é aposentado, tem na feira e nos mercados a diversão diária. É difícil seguir à risca o que mandam os especialistas”, diz Antônio Milton Vila Nova, portuário aposentado, 77 anos, morador da Vila Belmiro. Igual a ele, dezenas de idosos seguem essa rotina diária.


Em recente entrevista a A Tribuna, Maria Célia Abreu, psicóloga, presidente do Instituto para o Desenvolvimento Educacional, Artístico e Científico (Ideac), focado no envelhecimento, disse que este período de isolamento social pode ser entendido pelo idoso como um momento para que “sejam sujeitos da própria história, fazerem aquilo que nunca fizeram”.
Maria Célia disse que, mesmo aqueles idosos que não têm facilidade com a tecnologia ou o hábito de leitura, podem encontrar em casa tarefas diferentes e estimulantes.


“Mudar hábitos ajuda o cérebro, a memória. Tarefas domésticas que você não fazia, cuidar do quintal, das plantas. A gente sempre valoriza a pessoa que é mais adaptável, e diz que a rigidez é ruim. Vamos tentar viver sem essa rigidez. Se eu sempre cuidei dos outros, agora vou aprender a me cuidar. E também é preciso dizer não a pensamentos ruins, catastróficos, alarmantes”, disse Maria Célia.


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