Na contramão de outras cidades da Baixada Santista, o munícipio de Santos registrou aumento de 34,6% no número de óbitos causados por acidentes de trânsito entre janeiro e setembro de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP).
O levantamento leva em consideração números do Respeito à Vida, programa coordenado pelo Detran-SP, que alerta para evasão sem prestação de socorro por parte de motoristas causadores de acidentes. Segundo o estudo do Infosiga-SP, as chances de morte triplicam quando há fuga do condutor. Em todo o estado, de janeiro a setembro deste ano, foram 4,1 mil ocorrências com esse perfil, vitimando 331 pessoas, principalmente pedestres.
Na Baixada Santista, o número total de acidentes com vítima (fatais e não fatais) caiu de 5.763 para 4.783 (redução de 17%). A região também registrou 183 mortes decorrentes de acidentes de trânsito no período de estudo em 2020, oito a menos do que em 2019. Santos e Praia Grande, com nove e duas mortes a mais que no ano passado, respectivamente, são algumas cidades que registraram aumento.
O município santista foi de 26 para 35 mortes em um ano, enquanto Praia Grande registrou 29 mortes entre janeiro e setembro de 2020, contra 27 do mesmo período do ano passado.
Na categoria acidentes com vítimas, sejam elas fatais e não fatais, entre janeiro e setembro deste ano, Guarujá e Praia Grande aumentaram em 18% e 33%, respectivamente.
Juntos, os municípios de Bertioga, Mongaguá, Itanhaém e Bertioga mais que dobraram o número de acidentes de trânsito com vítimas, saltando de 51 para 109, aumentando em 114%.
São Vicente e Cubatão registraram queda tanto no número de acidentes quanto na quantidade de mortes por ocorrências no trânsito. O município vicentino teve 27 mortes entre janeiro e setembro de 2020, contra 35 de 2019. Já a quantidade de acidentes caiu de 104 para 103.
Em Cubatão, os óbitos decorrentes de acidentes de trânsito caíram de 27 para 21 em um ano. Já o número de acidentes com vítimas, sejam elas fatais ou não, foi de 53 para 41, uma variação de 23%.
Alerta de especialistas
Para o diretor-presidente do Detran-SP, Ernesto Mascellani Neto, os motoristas que provocam acidentes e não prestam socorro precisam ter uma mudança de postura.
“O principal risco desse tipo de atitude é a omissão de socorro, que reduz a possibilidade de sobrevivência das vítimas. O levantamento traz luz a um problema real de nossas ruas e rodovias. É preciso mudar esse tipo de comportamento, sermos mais prudentes e responsáveis no trânsito”, destaca Mascellani.
Já o comandante do Comando de Policiamento de Trânsito do Estado, Coronel Alexander Gomes Bento, afirma que aproximadamente 94% dos acidentes de trânsito acontecem por falha humana.
“O condutor deve sempre adotar procedimentos e ter iniciativas que evitem o acidente de trânsito. Caso aconteça, o motorista não deve fugir às suas responsabilidades, sendo a mais importante providenciar o imediato socorro à pessoa ferida. Lembrando que o CTB não é omisso nesse aspecto, prevendo, conforme o caso, além da multa, a pena de detenção”, alerta o coronel.