Mortes no trânsito na Baixada Santista recuam 24,3% no semestre

Dados constam no Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga-SP)

Por: Por ATribuna.com.br  -  10/08/20  -  11:20
Com queda de 52,9%, Guarujá registrou a maior redução no número de mortes no trânsito
Com queda de 52,9%, Guarujá registrou a maior redução no número de mortes no trânsito   Foto: ( Irandy Ribas/Arquivo)

O número de mortes no trânsito recuou 24,3% nas cidades da Baixada Santista nos seis primeiros meses do ano, na comparação com igual período de 2019. Reflexos da pandemia e menor volume de veículos nas ruas e estradas são apontados por especialistas para a redução média regional deste indicador. Contudo, elevação na quantidade de vítimas fatais, entre maio e junho, acende alerta para a violência no volante.


Os dados foram tabulados por ATribuna.com.br, com base às informações do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga-SP). Homens e jovens seguem como as maiorias dos óbitos nas vias locais. Já entre os pedestres, a faixa-etária acima dos 60 anos já representa uma em cada três mortes regionais.


Entre janeiro e junho, foram registradas 109 mortes nas vias regionais (que inclui malha rodoviária estadual, concessionada e vias urbanas), frente as 144 ocorrências desta natureza no ano anterior. O levantamento do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito destaca que 94% dos acidentes com mortes são causados por falha humana (imprudência, imperícia ou negligência).


Em entrevista à TV Tribuna, o secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, atribuiu ao menor volume de veículos estradas como responsável pela redução de vítimas fatais em acidentes de trânsito. Contudo, o representante do Palácio dos Bandeirantes sinalizou para uma tendência de elevação de óbitos nas vias paulistas nos últimos dois meses do semestre que se encerrou em junho,


Seis das nove cidades conseguiram reduzir o número de vítimas fatais nos dois períodos analisados. Guarujá registrou a maior queda no indicador (-52,9). Na cidade, o número de vítimas fatais cai de 17, no primeiro semestre de 2019, para oito no igual período deste ano.


Itanhaém (-47%), São Vicente (-40), Mongaguá (-33,3%) e Santos (-19%) fecham a lista. Nas vias santistas, por exemplo, o número de vítimas fatais reduziu de 21 para 17.


Peruíbe manteve igual quantidade de óbitos nos dois recortes. Na contramão, Bertioga viu a quantidade de óbitos por decorrência no trânsito aumentar 33,3%. Foram nove casos registrados entre janeiro e junho do ano passado, frente a 12 pessoas que perderam a vida no volante no igual período de 2020. Com uma vítima a mais entre os dois momentos de análise, Praia Grande teve um aumento de 5,2% – 19 mortes em 2019 e  20, no ano atual.


O mapeamento do governo paulista indica que quatro em cada cinco acidentes foram provocados por homens e 21,65% das vítimas tinham entre 18 e 29 anos. E mais da metade das colisões (54,15%) ocorreram nos períodos noturno (18h a meia-noite) e madrugada (0h às 6h).


Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o consumo de álcool e direção imprudente são os principais fatores a contribuir para acidentes de trânsito. A entidade afirma que a maioria dos acidentes de trânsito tem como causa o fator humano. “Por isso, é fundamental que o condutor esteja em boas condições físicas e mentais, além disso deve planejar a viagem de maneira a evitar riscos”, cita, por nota.


Opinião semelhante tem o sociólogo e especialista em educação e segurança no trânsito Eduardo Biavati. Segundo ele o excesso de velocidade e imprudência dos condutores são os principais fatores a gerar acidentes de trânsito. “Cidades que conseguiram reduzir as mortes no trânsito reduziram as velocidades permitidas nas vias urbanas”.


Ele afirma ainda que o planejamento urbano não leva em consideração o envelhecimento da população. Essa faixa etária é a mais suscetível a atropelamento em vias urbanas. “São semáforos com tempo curto para a travessia dos pedestres com mais de 60 anos, calçadas com obstáculos ou em tamanho insuficiente para uma boa circulação”, explica.


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