Em isolamento restritivo, idosa recebe 1ª dose da vacina contra Covid-19 e sonha com banho de mar

Após 11 meses dentro de casa, Nininha revela que o que mais sente falta é de ir até a praia: 'o mar é tudo pra mim'

Por: Ágata Luz  -  25/02/21  -  11:43
Aposentada apaixonada pelo mar mora perto da Praia do Sonho, em Itanhaém, no Litoral de São Paulo
Aposentada apaixonada pelo mar mora perto da Praia do Sonho, em Itanhaém, no Litoral de São Paulo   Foto: Fotos: Arquivo Pessoal

Desde que a pandemia foi anunciada no Brasil, em março de 2020, Martiniana Luz Leite, de 81 anos, não sai de casa. Inclusive, ela ainda estava com 80 anos quando também parou de receber visitas familiares. Com diabetes, a professora aposentada vive um isolamento restritivo há 11 meses. Mas a chegada da vacina representa a esperança para Nininha - como é conhecida - que sonha em ir até a praia e tomar um banho de mar.


"A primeira coisa que eu quero fazer é ir até a praia, por meu pé na água que eu amo de paixão e depois dar um mergulho bem gostoso e gritar 'mar, eu te amo'", relata Nininha. A aposentada apaixonada pelo mar mora perto da Praia do Sonho, em Itanhaém, no Litoral de São Paulo, e viu diversas pessoas indo até o local com o qual sonha pisar quando estiver imunizada contra a Covid-19.


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Em conversa comATribuna.com.br,Nininha explicou que recebeu a primeira dose da vacina CoronaVac nesta quarta-feira (24), primeiro dia da imunização para idosos desta faixa etária no município. "Estava ansiosa desde que a vacina chegou ao Brasil", afirma.


Tentando explicar sobre o significado da praia em sua vida, Nininha relata que adora simplesmente o fato de pisar na areia e na água e completa: "o mar é tudo pra mim". Ficar sem ir caminhar, nadar ou observar o local foi uma das coisas mais difícies para a aposentada neste período. "O que mais sinto falta na minha vida nesta pandemia é de poder ir até a praia. E olha que moro a uma quadra da praia e não posso ir", finaliza.


A professora aposentada também tinha o hábito de caminhar no final da tarde com seus filhos e amigos. O lazer colaborava como exercício para sua saúde mental e física, já que é portadora de diabetes e precisa realizar atividade física.


Antes da pandemia, aposentada costumava caminhas na praia no fim de tarde com família e amigos.
Antes da pandemia, aposentada costumava caminhas na praia no fim de tarde com família e amigos.   Foto: Fotos: Arquivo Pessoal

Martiniana mora com uma filha e duas netas, mas é de família grande. Com diversos netos e uma bisneta, ela conta que, além de crescer indo até a praia, fez questão de que todos seus filhos e netos crescessem com o mesmo costume.


"Quando meus netos nasceram eu levava eles para passear na praia no carrinho, depois quando começaram a andar, também iam brincar na areia. Quando cresceram mais, aprenderam a andar de bicicleta na praia", relembra Nininha sobre a infância de seus netos, que já são adolescentes e adultos.


Nininha relembra a infância de seus netos na praia.
Nininha relembra a infância de seus netos na praia.

Isolamento


Durante os 11 meses em que a professora aposentada ficou em isolamento, ela saiu apenas cinco vezes: uma para receber a vacina contra a gripe em um drive-thru; duas vezes para ir ao médico; uma para ir em uma procissão por carreata da igreja e outra para comparecer ao velório de seu genro. Porém, Nininha não passou de algumas horas fora de casa em todas as situações. "Não saio nem na calçada da rua", relata.


Para não passar o aniversário em branco, ela comemorou seus 81 anos dentro de casa com a família do lado de fora do muro em agosto de 2020. Além disso, passou a comemorar aniversários de familiares por chamadas de vídeo, se adaptando com as tecnologias.


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Com "festa" de longe, Nininha comemorou seus 81 anos em agosto de 2020.   Foto: Fotos: Arquivo Pessoal

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