
Foto da matéria do Jornal do Brasil mostra parte do material apreendido na casa do alemão; à direita, o Castelo da Prainha, que era a casa de praia de Giuati (Reprodução)
Um recorte de jornal descreve o momento em que o alemão Hardy Lopes Giuati foi preso pela polícia de São Paulo e também o que foi encontrado em sua casa, o que levou a crer que ele seria adepto do nazismo. O alemão é atribuído como dono do Castelo da Prainha, também conhecido como Castelo do Alemão, que fica em Peruíbe, no litoral de São Paulo. Após a morte dele e de sua mãe, o local segue abandonado, mas ainda atrai turistas e curiosos pelo mistério em torno da construção.
Embora o castelo seja repleto de mistérios, inclusive com supostos registros de extraterrestres, fantasmas e lendas sobre o motivo de Giuati manter a mãe presa em um dos quartos, o trecho da notícia traz algumas certezas sobre fatos ligados ao local e de quem lá vivia. O trecho destacado é do Jornal do Brasil, de 1º de junho de 1988. Na matéria, é descrito que em 31 de maio, dia anterior da publicação, a polícia havia encontrado um arsenal e vários objetos de inspiração no nazismo, em um sobrado do engenheiro Hardy Lopes Giuati, na época com 62 anos.
"O engenheiro foi acusado de espancar a própria mãe, a professora de piano aposentada Olivia Lopes Giuati, de 82 anos, viúva, e de mantê-la presa na casa, cheia de grades em todas as portas e janelas", diz a matéria.
A notícia segue descrevendo o momento da prisão: "Ele desceu de uma caminhonete Veraneio preta e foi cercado pelos policiais que já deixavam o sobrado. Hardy Giuati - que vestia um blusão e boina negros e calçava botas - trazia na cintura um revólver calibre 38. Foi preso sem reação e levado ao 14º Distrito Policial. Ao ser detido, ele negou que espancasse a mãe, mas afirmou que a trancava em casa, porque ela não tinha condições de sair à rua".
Arsenal
Num dos cômodos da casa, os policiais encontraram seis armas de grosso calibre, incluindo um fuzil automático e uma metralhadora de fabricação alemã, para 70 tiros, de calibre 45. Foram encontrados ainda cerca de 3 mil cartuchos de vários calibres espalhados pelos outros cômodos do sobrado.
O engenheiro alegou que as armas encontradas eram de coleção e que, por ser professor há 17 anos, era estudioso do nazismo. No dia seguinte, a polícia faria uma vistoria na casa de praia do engenheiro (o castelo da Prainha). "Onde se presume estejam guardadas outras armas", completa a matéria.
Giusti foi autuado em flagrante por crime de lesões corporais dolosas, cárcere privado e omissão de socorro da própria mãe. Os crimes são inafiançáveis e ele foi preso.

Uma das lendas que envolvem o castelo é a de que um bruxo aparece em uma das janelas que dão vista para o mar (Reprodução/ YouTube)
O castelo
A origem do castelo em Peruíbe está envolta em mistérios e lendas. Uma das versões mais difundidas na região conta que ele foi construído em meio à Mata Atlântica por Giuati, durante a Segunda Guerra Mundial, quando fugiu para o Brasil.
Ele e a mãe moravam no local. Após a morte dos dois, o castelo foi abandonado, dando origem a diversas histórias sobre a construção.
Relatos sobrenaturais
O castelo é cercado por histórias de fenômenos paranormais. Uma das lendas mais conhecidas é a de um bruxo que aparece em uma das janelas com vista para o mar durante as noites. A parte interna do castelo também intriga, devido à presença de lanças, armadilhas, cruzes, brasões, ganchos e estátuas sombrias, além de um calabouço .
Atualmente, o Castelo da Prainha está abandonado e não é aberto à visitação pública, mas segue sendo ponto de interesse para aqueles que se aventuram pela região, atraídos pelas histórias e pelo visual peculiar da construção.
Assuntos relacionados