Ir ao banco se torna um transtorno na Baixada Santista

Filas e falta de organização para a entrada nas agências geram aglomerações na porta de estabelecimentos, que têm horário reduzido.

Por: Da Redação  -  08/07/20  -  19:45
Diante de agências, há desorganização nas filas e aglomerações
Diante de agências, há desorganização nas filas e aglomerações   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Conseguir atendimento em banco durante a pandemia tem sido uma tarefa árdua. Filas e falta de organização para a entrada nas agências geram aglomerações na porta de estabelecimentos, que têm horário reduzido.


No Centro e no Gonzaga, em Santos, a fila quase dobrava o quarteirão em agências do Itaú. Idosos que buscavam sacar o benefício previdenciário estavam entre os mais prejudicados. 


Maria Aparecida de Andrade, de 83 anos, conta que tem osteoporose e não pode ficar muito tempo em pé. Mesmo assim, aguardava em fila, sem distanciamento adequado, para entrar no Itaú do Gonzaga.


“Já faz meia hora que estou aqui, e tem muita gente na minha frente. Tinha de ter uma preferência para idoso.”


A aposentada Severina Alves, de 80 anos, tem problemas de locomoção e esperava, há mais de duas horas, para resolver um problema da fatura do cartão de crédito no Itaú, no Centro. 


Gleise Figueira, de 49 anos, é procuradora da mãe, de 86 anos, e da madrinha, de 88, e também não tinha ideia de a que horas seria atendida.


“É um absurdo. A gente faz a nossa parte. Estou há 100 dias dentro de casa, saindo só para mercados para não correr riscos, e tenho de passar por isso.”


A aposentada Arlette Lusia Negrelli Reis, de 82 anos, teve dificuldades para ser atendida em uma agência do Bradesco no Boqueirão, também em Santos. “Eu precisei dizer que ligaria para o 190 para conseguir entrar na agência. Tinha um boleto para pagar com dinheiro da poupança. O valor era alto, e não dava utilizar o caixa eletrônico”, alega.


Segundo ela, só após dizer que trocaria de banco é que foi atendida. “As atendentes não têm culpa. O problema é a estrutura do banco, que está errada.”


Em Praia Grande, a fila praticamente dobrava o quarteirão para acessar a agência da Caixa Econômica Federal no Boqueirão. 
O advogado Marcelo Paulo, que passava pelo local, ficou impressionado com a quantidade de pessoas aguardando. “Era muita gente. O atendimento vai demorar, mas estavam respeitando o distanciamento”, constatou.


Respostas


O Itaú informa, em nota, que mapeou as agências com maior movimento e contratou profissionais para organizar o trabalho. O banco diz controlar o acesso às unidades, incluindo demarcações de solo, para manter o distanciamento e evitar aglomerações. E pede aos clientes que deem preferência aos serviços digitais.


O Bradesco explica que está funcionando em horário diferenciado, das 10h às 14h, para “preservar a segurança de todos os clientes e funcionários”. Para aposentados e pensionistas do INSS, o atendimento começa uma hora mais cedo e, nos dias de pagamento, com duas horas de antecedência. Também recomenda o uso de canais digitais pelo celular, aplicativo, equipamentos de autoatendimento e Fone Fácil.


A Caixa menciona ter adotado medidas para melhorar a segurança contra a pandemia e que agências funcionam das 8h às 14h, para atendimento para serviços sociais essenciais, como o saque sem cartão e senha de benefícios do INSS, saques de Seguro-Desemprego e Defeso, Bolsa Família, Abono Salarial, Auxílio Emergencial e FGTS. O fluxo de clientes é controlado, também, nas salas de autoatendimento. Também orienta usar canais digitais.


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