Henrique Meirelles enaltece estrutura da Baixada Santista para atrair empresas

Em entrevista ao Jornal A Tribuna, secretário da Fazenda do Estado também descarta reduzir impostos como um dos pilares do plano de recuperação econômica em São Paulo

Por: Egle Cisterna  -  01/07/20  -  19:09
Meirelles promete desburocratização em questões tributários
Meirelles promete desburocratização em questões tributários   Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O secretário estadual de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, descarta reduzir impostos como um dos pilares do plano de recuperação econômica do Estado, atendendo à demanda dos setores de comércio, serviços e indústria. Ele considera inviável essa medida, dentro do cenário econômico atual, com queda da arrecadação estadual em torno de 10%. Contudo, o secretário acena em “aumentar a capacidade de produzir”. 


“Através de diversas iniciativas, estamos implementando um programa de simplificação tributária, com a diminuição do custo de conformidade, que as pessoas também chamam de compliance”, disse, em entrevista exclusiva para A Tribuna


Meirelles também considera que a estrutura presente na Baixada Santista pode ser um dos atrativos para que novas empresas se instalem em São Paulo.


Para tornar real esse plano, o secretário deve começar, no pós-pandemia, no início do próximo ano, uma série de viagens para o exterior para atrair o investimento destas grandes empresas para o setor privado nacional. 


“Serão mais empresas vindo para São Paulo e a Baixada é um lugar atraente por conta do Polo Industrial, do Porto. Devemos ter a instalação de sedes de empresas aí”, avalia Meirelles, que já tem na agenda visitas à Europa e Ásia. 


Concessões


Mas, além de trazer empresas para cá, ele destaca que o investimento da iniciativa privada na infraestrutura, por meio de concessões, pode ser o grande motor da recuperação da economia paulista. 


Ele dá como exemplo a concessão da rodovia que liga as cidades de Piracicaba, na região metropolitana de Campinas, à Panorama, na divisa com Mato Grosso do Sul, assinada há duas semanas por um consórcio financiado pelo Fundo Soberano de Cingapura, com um lance de R$ 14 bilhões para a construção de 1.273 quilômetros de estrada. 


“Eles assinaram o compromisso durante a pandemia. Isso confere que eles acreditam e confiam nos planos do Estado para o crescimento econômico e ainda teremos uma estrada de nível internacional”, salienta o secretário sobre outros países que também foram afetados pela covid-19 estarem investindo em São Paulo. 


Além desta rodovia, Meirelles ressalta ainda que dos projetos que estão em estudo para a concessão está o do Trem Intercidades (TIC), do qual um dos ramais deve ligar a Capital à Baixada Santista. “Ele vai modernizar o transporte de passageiros e é um exemplo da série de concessões que estamos preparando”, diz ele, que não adianta os demais projetos de concessão que estão em estudo, mas estima que juntos eles podem chegar a um investimento privado de R$ 18 bilhões.


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