Bombeiros soterrados em Guarujá deram a vida tentando retirar uma criança e a mãe

Profissionais foram acionados na madrugada e não tiveram dúvidas em entrar em área perigosa para salvar vítimas

Por: Maurício Martins & e Matheus Müller &  -  03/03/20  -  22:33
Atualizado em 03/03/20 - 22:35
Cabos Rogério de Moraes e Marciel Batalha morreram durante trabalhos dos bombeiros em Guarujá
Cabos Rogério de Moraes e Marciel Batalha morreram durante trabalhos dos bombeiros em Guarujá   Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

O chamado, no início da madrugada desta terça-feira (3), era para socorrer vítimas em uma das áreas de maior risco na Baixada Santista: o Morro do Macaco Molhado, em Guarujá. Já sabendo da tragédia que se confirmava na região, os cabos Rogério de Moraes, de 43 anos, e Marciel Batalha, de 46, agiram imediatamente. Durante tentativa de salvamento, porém, foram surpreendidos por um deslizamento e acabaram soterrados.


A morte dos dois militares foi confirmada pelo secretário de Defesa e Convivência Social de Guarujá, Luiz Cláudio Venâncio Alves.


Moraes foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Batalha ainda não havia sido localizado até o fim da tarde desta terça-feira. Ambos, com mais de duas décadas no 6º Grupamento do Corpo de Bombeiros, que atende a região, tinham experiência em resgates.  


O diretor estadual de Proteção e Defesa Civil, tenente-coronel Henguel Ricardo Pereira, atuou 20 anos no Corpo de Bombeiros antes de assumir a nova função. “Quando o alarme toca, os bombeiros vão. Independentemente de quem seja a vítima, eles vão colocar suas vidas em risco para salvá-las. Nossos colegas fizeram isso. Na cabeça deles, só passou que precisavam retirar uma criança e a mãe dela”, diz Pereira.


Colegas dos dois bombeiros estão neste momento atuando para localizar vítimas em soterramentos de Guarujá, Santos e São Vicente. No meio do trabalho, também dispostos a dar a vida pelos outros, lembram dos companheiros.


“Já trabalhei com Moraes, um cara muito bacana e tinha acabado de ganhar uma festa por 20 anos de serviços prestados à corporação”, se emociona um soldado, que prefere não ter o nome divulgado.


Morro do Macaco Molhado, em Guarujá: bombeiros buscam vítimas, incluindo um colega
Morro do Macaco Molhado, em Guarujá: bombeiros buscam vítimas, incluindo um colega   Foto: Carlos Nogueira/AT

Logo A Tribuna
Newsletter