'Turismo de um dia' é fiscalizado pela Prefeitura de Santos

Segundo a administração, ônibus e micro-ônibus são vistoriados, mas vans ficam de fora; multas não são aplicadas

Por: Da Redação  -  17/12/18  -  16:51
  Foto: Irandy Ribas/AT

A fiscalização para impedir a entrada de ônibus e micro-ônibus de 'turismo de um dia' está em operação em Santos. De acordo com o secretário de Turismo da cidade, Odair Gonzalez, equipes da pasta, acompanhadas da Guarda Municipal e por agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), têm atuado no controle dos veículos nas madrugadas dos fins de semana na entrada de Santos. O objetivo é impedir a chegada de passageiros sem agendamento, cadastro prévio ou diária reservada em algum hotel ou pousada da cidade.


Neste domingo (16), no Canal 3, perto da praia, chamou a atenção de moradores a presença de pelo menos quatro vans – três delas de turismo, com o selo da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), vindas de São Paulo, Guarulhos e Indaiatuba. A da Capital não estava identificada como veículo de empresa.


Motoristas de dois dos veículos estacionados não quiseram dar entrevista, e informaram à Reportagem que foram contratados por famílias de Capivari, que queriam passar um dia na praia. Duas vans, portanto, viajaram juntas para 'turismo de um dia'. Chegaram às 7h de domingo e retornariam ao destino original no anoitecer.


Segundo Gonzalez, somente ônibus de turismo são parados nessa fiscalização, e nenhuma multa é aplicada. “A gente tem uma equipe que vai para a entrada da cidade e, lá, a gente monitora todos os ônibus e micros que chegam. Entra um agente do Turismo em cada veículo, e se tiverem mesmo acomodação definida, desembarcam no hotel e o ônibus é conduzido a um estacionamento adequado. Sem reserva ou autorização, volta”.


Uma lei dos anos 1990 chegou a instituir na cidade uma taxa de cerca de R$ 3 mil para ônibus e micros que fizessem o tradicional bate-volta. Mas vans não são alvos de fiscalização, reforça o secretário. O objetivo da lei era eliminar a sobrecarga de veículos grandes na cidade, limitando o acesso. Mas, segundo Gonzalez, a taxa caiu, e há anos não se cobra nada. Apesar de parte da sociedade considerar o 'turismo de um dia' ruim, por não deixar recursos aos hotéis, o secretário defende que é preciso avaliar.


“A sociedade sofre mudanças. Há uns 20 anos, Santos era uma. Hoje, é outra. A gente sabe que o aumento do número de idosos gera a busca por mais sossego, tranquilidade. Isso requer alguma modificação, mas é preciso flexibilizar. Se houver pressão por mudanças, avaliaremos”, diz ele, ao ressaltar que em tudo há o lado bom.


“Tem de haver cuidado, respeito. Claro que não pode jogar lixo nos jardins, fazer coisa errada e, para isso, há o aumento do efetivo na segurança e a atuação da Guarda Municipal. Mas, de certa forma, todos que vêm vão conhecer a cidade, gastar com algum ambulante e ver o que a gente tem a oferecer”. Para o secretário, se refletirmos, todos têm o direito de passar um dia de lazer na praia.


Selo metropolitano


Ainda conforme o secretário de Turismo, há diálogos no sentido de se instituir o selo metropolitano. Com ele, agências de turismo deixariam de pagar taxas ao levar passageiros com vans de uma cidade para outra na Baixada Santista – o que hoje, muitas vezes, inviabiliza passeios, pela cobrança de entrada para o 'turismo de um dia' em alguns municípios.


“Essas cobranças sem critério têm de mudar. Se quero me deslocar para outros cantos da região, pagar em cada cidade atrapalha o turismo local”, considera Gonzalez, ainda sem novidades sobre o tema.


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