Sob protocolos, colégios da Baixada Santista reabrem portas aos alunos
Cuidados com Covid-19 se aliam à preocupação com saúde mental
Ainda sob o impacto dos números crescentes da pandemia da covid-19, mas com prejuízos pedagógicos e socioemocionais acumulados depois de quase um ano sem aulas pessoalmente, alguns colégios abriram os portões nesta segunda-feira (1º). Atendendo às regras do Plano São Paulo, que prevê, na fase laranja, a possibilidade da presença de até 35% dos estudantes, o ensino híbrido tem sido a opção para esse retorno.
A empresária Alicia Alonso levou os dois filhos nesta segunda-feira para a escola. Ela conta que Benício, de 12 anos, e Nathan, de 6, estavam sentindo falta do colégio, principalmente, por causa da interação com os amigos.
“Eles estavam sentindo muita falta de socializar e de aprender com segurança ao lado do professor. O meu pequeno me emocionou hoje (ontem), falando feliz: ‘Vou aprender a ler’. Alicia conta que o mais velho também estava contente com o retorno porque não se adaptou bem às aulas on-line. “Acho as crianças muito mais responsáveis e prudentes do que muitos adultos para seguir os protocolos”, avalia.
E os protocolos precisam ser seguidos: distanciamento, álcool em gel, turmas menores, lanches individuais e nada de troca de material, além das máscaras. Tudo isso faz parte da nova rotina.
No Colégio Objetivo, em Santos, onde estudam os filhos de Alicia, a diretora pedagógica do Fundamental 2, Maria Dolores Alvarez, explica que o retorno às aulas está sendo gradativo, escalonado e seguindo todas as regras sanitárias.
“Tanto os pais como os alunos receberam o protocolo pedagógico acompanhado do protocolo sanitário. Esses protocolos foram meticulosamente elaborados com a supervisão de especialistas, detalhando todas as normas de segurança implantadas na escola e supervisionadas pela equipe de funcionários que acompanham alunos e professores na preservação da saúde de todos”, detalha.
Sobre os professores, eles estão paramentados com máscaras e fazendo o uso de álcool em gel e distanciamento. Os do grupo de risco estão dando aulas de forma remota.
Para Maria Dolores, a falta das relações sociais foi sentida e afetou emocionalmente as pessoas neste período de pandemia. “Por isso, a abertura das escolas e a movimentação das atividades tornaram-se tão necessárias. A escola é uma microssociedade que prepara o educando para o mundo”, considera.
Aprendizado
O Colégio Novo Tempo também retornou às aulas ontem. Walter Moreira Neto, diretor de Estratégia Corporativa da instituição, afirma que a falta de contato físico e social é um retrocesso na vida da criança, impactando ainda mais os adolescentes.
Moreira, porém, frisa que houve aprendizados importantes neste período. “Também não podemos negar que a educação se conectou, tornando-se até mais atraente para essa geração que é 100% digital”.
Rede municipal de Santos inicia volta gradual
As aulas na rede municipal de Santos também voltaram, mas de forma remota. Alguns pais das UMEs Pedro II e Maria Luiza Alonso Silva reclamaram da falta de informações sobre atividades.
A partir do dia 8, as classes de Jardim, Pré-Escola, Fundamental I e II e Educação de Jovens e Adultos (EJA) começam em formato híbrido (presencial e remoto). Até dia 12, Jardim, Pré e 1º e 2º anos terão adaptação, com permanência de até 1h30.
Maternal I e II ficam de forma remota até 19, e no dia 22, entram no sistema híbrido, com adaptação até dia 26. Os berçários I e II só iniciam as aulas híbridas em 8 de março, com adaptação dos dia 8 ao 12.
Cada escola atenderá, por dia e pessoalmente, até 20% dos alunos por quatro horas, a fim de que, numa semana, todos sejam recebidos, diz a Secretaria de Educação. Os demais dias serão remotos. Na EJA, o presencial será três vezes por semana.
Segundo a pasta, na UME Pedro II, houve reunião no dia 29. Na UME Maria Luiza Alonso Silva, a nova diretora da escola se reunirá com pais na quinta e na sexta.
