A parte da malha ferroviária do Estado que não é utilizada atualmente deve ganhar novo destino em breve. A Assembleia Legislativa aprovou o Projeto de Lei 148/22, proposto pelo Governo Estadual, que prevê a retomada do modal ferroviário para transporte de cargas e pessoas.
A exploração das ferrovias se dará de três formas: por autorização especial, concessão ou parcerias público-privadas (PPPs). Segundo o secretário de Transportes e Logística, João Octaviano Machado Neto, apesar do foco principal nas cargas, as concessões e autorizações também abrem espaço para o transporte de passageiros.
Uma possibilidade é a reativação de trechos da ferrovia Santos-Jundiaí, ventilada em 2019 pelo então vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB).
“Há chances, claro. Tudo vai depender da modelagem e da atratividade do setor privado. Fizemos várias consultas. A equipe de ferrovias da secretaria viajou o Estado todo para ver o interesse, justamente, de retomar alguma dessas linhas. Está na mesa. Agora, vai depender de como o próximo governo vai querer tocar isso”, explica Machado.
De acordo com ele, o objetivo é otimizar o transporte de carga específica. “Você liga a produção com o terminal intermodal, por exemplo. Assim, é possível o escoamento da produção já com esse destino”.
O secretário ressalta que não haveria qualquer conflito, no caso do Porto, com a malha ferroviária que serve o cais santista — a Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips), administrada pelas empresas VLI, Rumo e MRS Logística. “Elas se complementam. A gente pode ter uma melhora dessa utilização da malha ferroviária paulista”.
O secretário evita falar em prazos ou expectativa de investimentos do setor privado nas concessões e autorizações. “A ideia é estudar os trechos de maior interesse e preparar os editais de concessão. Também podemos ser provocados pelo setor privado, mediante o interesse em determinado trecho, que pode ter autorização”, comenta.
Santos
“O percurso nos próprios trens seria um atrativo, já que a descida da Serra do Mar representaria um passeio com vistas impressionantes. Além disso, dependendo da localização da estação no Litoral, os trens também seriam uma alternativa a mais para passageiros com destino a embarques em navios de cruzeiros no Porto de Santos”, continua a Administração Municipal.
Quanto ao aspecto de movimentação de cargas, a avaliação da Prefeitura é de que o modal ferroviário apresenta “melhor eficiência energética em relação ao rodoviário”.