Primeira vacinada contra covid na Baixada Santista comemora imunização regional: 'A grande solução'

Com três milhões de doses aplicadas, campanha caminha bem na região, mas especialistas afirmam ser possível melhorar

Por: Bruno Almeida  -  20/01/22  -  10:30
Almira Dias Marques, Enfermeira, na época com 56 anos, foi a primeira profissional da saúde a ser imunizada
Almira Dias Marques, Enfermeira, na época com 56 anos, foi a primeira profissional da saúde a ser imunizada   Foto: Alexsander Ferraz/AT

“Até hoje me emociono. A cada etapa, a cada grupo novo me emocionei. Na chegada da vacina das crianças, agora, também. As pessoas têm que entender que a vacina é a grande solução”, conta a pessoa que recebeu a primeira dose contra a covid-19 na Baixada Santista, a enfermeira Almira Dias Marques.


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Desde o primeiro dia de vacinação, no Hospital dos Estivadores, em Santos, há um ano, aplicaram-se 3.476.713 doses na região, segundo dados do Vacinômetro, do Governo Estadual, atualizados ontem.


Ainda de acordo com o portal, são 1.546.253 pessoas com a primeira aplicação e 42.298 com dose única. Há 1.387.067 moradores da Baixada Santista com esquema vacinal completo, e 501.098 já receberam a dose de reforço.


Almira, hoje com as três doses, trabalhou no ano passado na linha de frente contra o coronavírus em hospitais e centros de triagem e testagem. Ela assegura que os imunizantes são aliados no combate à pandemia.


“Com a campanha de vacinação, vi, na prática, os casos ficarem mais leves. Às vezes, não querem acreditar (na eficácia do imunizante) porque estão vendo pessoas vacinadas com covid. Mas são casos muito mais leves. Não se compara ao que vivemos antes”, diz.


Além de trabalhar na Prefeitura, ela também é funcionaria do Estado e atua num setor de pediatria que passou a receber muito mais crianças que precisam de internação e tratamento contra a covid. “Esta é a nossa maior preocupação, é o nosso foco hoje.”


A enfermeira Lourdes Marina Fermino foi a primeira a tomar a vacina contra a covid em Peruíbe e viveu momentos preocupantes no último ano. “Foi muito triste ver pessoas da família e amigos serem ceifados por essa doença. Para mim, o que eu não esqueço era quando ia para o plantão e tínhamos dois, três óbitos no necrotério, aguardando a funerária. Nunca pensei que um dia iria ver esse cenário”, lembra.


“Mas, agora, temos uma esperança com as vacinas. Eu senti um alívio. Deverá ser uma vacina que vamos ter que tomar todos os anos, porque o vírus ainda está entre nós.”


Infectologistas concordam com as enfermeiras. Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alexandre Naime Barbosa, a região só verá os casos da covid caírem quando mais pessoas estiverem imunizadas, mas é provável que as doses tenham de ser aplicadas com frequência, como ocorre com outras doenças infectocontagiosas. "A resposta imunológica depende de cada indivíduo, depende da idade, da saúde.”


Para a médica Elisabeth Dotti, a campanha na região foi bem até aqui, mas o momento é de avançar com a vacinação das crianças. “Elas não podem sofrer pela ignorância dos pais. Concordo que, por causa das fake news, as pessoas ficaram assustadas. Só que, neste momento, elas devem procurar quem estudou para esclarecer.”


Além das crianças, a infectologista alerta que os adultos sem esquema vacinal completo também precisam ir aos postos de imunização. “A (variante) Ômicron é mais transmissível, mas não está fazendo os estragos que ela poderia. Quem está sofrendo? Os não vacinados ou os que estão com a vacina toda atrapalhada.”


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