Petrobras vai investir R$ 33,5 bi na Bacia de Santos

Estatal anunciou US$ 9 bi de investimentos na Bacia de Santos, aumentando o contingente operacional na cidade em mais 500 pessoas

Por: Fernando Degaspari & Da Redação &  -  07/02/19  -  18:13
Central de Operações da Petrobras no prédio do Valongo, em Santos
Central de Operações da Petrobras no prédio do Valongo, em Santos   Foto: Carlos Nogueira/ AT

A Petrobras anunciou o investimento de US$ 9 bilhões (R$ 33,5 bilhões) na Bacia de Santos, nos próximos cinco anos. A empresa também irá reformar sua sede, no Valongo, para acomodar mais 500 pessoas que vão trabalhar nas duas plataformas de petróleo que entrarão em operação.


Os quase R$ 33,5 bilhões serão investidos pela companhia nos próximos cinco anos em áreas que estão sob a responsabilidade da Bacia de Santos.


De acordo com a diretoria da empresa, a P-68 está sendo construída no Espírito Santo e começa a operar ainda este ano. Já a P-70 entra em operação no ano que vem. Com isso, a Bacia de Santos, que vai de Cabo Frio-RJ a Itajaí-SC, passará a ter 18 plataformas.


“Aí vêm os royalties que são a principal riqueza gerada com esse tipo de atividade e o mais importante para a sociedade. Indiretamente é importante a atividade econômica na operação dessas plataformas, como manutenção e suprimentos para esses lugares”, diz João Ricardo Lafraia, gerente-geral da Petrobras na Bacia de Santos.


Dinheiro para a região


A previsão é que, ao fim de dois anos, a produção aumente em cerca de 500 mil barris de petróleo por dia e 12 milhões de metros cúbicos de gás. A conta é feita da seguinte forma: cada plataforma produz 150 mil barris por dia e 6 milhões de metros cúbicos de gás.


Além disso, duas unidades (P-67 e P-69), que já estão em operação, devem chegar à plenitude. Na prática, isso quer dizer que as cidades da região aumentarão a arrecadação com royalties.


Em 2018, os municípios arrecadaram juntos R$ 204 milhões. Ainda não se sabe qual o montante exato, já que o cálculo é feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).


Cubatão lidera a arrecadação na Baixada Santista com R$ 88,2 milhões. Bertioga vem em seguida com R$ 67,7 milhões. Praia Grande e São Vicente receberam R$ 19,8milhões.


Neste ano, a Bacia de Santos produziu 1,215 milhão de barris de petróleo por dia, sendo que a Petrobras foi responsável por 774 mil.


Levando-se em conta também o gás natural, a quantidade aumenta para 1,543 milhão de barris de óleo equivalente por dia (boed). A companhia contribui com 987 mil boed.


Novo COI


Com a chegada das novas plataformas, o prédio da Petrobras, no Valongo, passará por remodelação. Serão investidos R$ 25milhões.


O refeitório dará lugar a um Centro de Operações Integradas (COI), e o edifício terá capacidade para acomodar mais 500 funcionários. Ainda não se sabe quando ele chegará à ocupação máxima.


Atualmente, 2.245 pessoas trabalham na unidade do Valongo. Em 2011, eram 724 pessoas. O prédio foi inaugurado em 2006.


Segundo Lafraia, a previsão inicial de se construir três torres - apenas uma foi erguida - está descartada. “No nosso plano de negócios não está previsto. Otimizamos a construção e focamos a operação neste prédio”, diz o gerente-geral.


Na Refinaria, investimentos de R$ 300 mi este ano


A Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) prevê investimento de R$ 300 milhões este ano. A companhia avisa, ainda, que pretende parar quatro setores em 2019 para realizar manutenção, como a que vem ocorrendo com a área de produção de combustível de aviação (avgas).


O montante será gastona modernização da unidade que processa parte do produto retirado da Bacia de Santos, área que vai de Cabo Frio (RJ) a Itajaí (SC).


“Esses investimentos são muito mais voltados não à ampliação, mas ao aperfeiçoamento dela, no que se refere à automatização, com foco na confiabilidade, rentabilidade e eficácia energética”, explicou o presidente da RPBC, Claudio Pimentel.


No ano passado, a refinaria investiu R$ 137 milhões. Para os próximos quatro anos, a previsão é gastar de R$ 250 milhões a R$ 320 milhões por ano.


Com capacidade para processar 27 milhões de litros de petróleo por dia, a RPBC produz 8% do total de derivados do país. Desse total, 49% vêm do pré-sal. Há um ano, essa quantidade era de 39%.


Paradas programadas


A refinaria planeja, para este ano, parar quatro unidades para manutenção: destilação, hidrotratamento, geração de hidrogênio e coqueamento retardado.


“Para que os produtos não faltem, será feita uma redistribuição estratégica usando uma sinergia entre as distribuidoras, principalmente do Estado de São Paulo. A gente eleva os estoques e o mercado acaba absorvido por outras refinarias”, disse Pimentel.


Em setembro do ano passado, o setor que produz avgas paralisou suas atividades pelo mesmo motivo. Como o lugar é o único responsável pela produção no país e houve problemas com a importação, aeronaves estiveram ameaçadas de não decolar.


“Paramos para implantar projetos e tivemos problemas no desenvolvimento deles. Reservamos um estoque grande para chegar até novembro e em dezembro partimos para importação, para que o mercado não fique desabastecido”, completou Pimentel.


A previsão é que o setor de combustível de aviação volte a funcionar em junho deste ano.


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