Pandemia faz Baixada Santista registrar queda em número de empregos em 2020

Região perdeu mais de 9 mil postos de trabalho no ano passado; situação não foi pior porque desempenho em dezembro amenizou tombo

Por: Rosana Rife  -  31/01/21  -  00:40
  Foto: Fernanda Luz/AT

A pandemia de Covid-19 afetou em cheio a Baixada Santista, que fechou 2020 com saldo negativo de empregos com carteira assinada. No total, foram 90.450 contratações e 99.612 dispensas, resultando em perda de 9.162 vagas na região. Os dados são do Cadastro Geral de Rmpregados e Desempregados (Caged), do Governo Federal.


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Os números acompanham o baixo desempenho do Estado, que encerrou o ano com perda de 38.970 postos de trabalho.“A Baixada é muito forte em prestação de serviços. Apesar do polo industrial de Cubatão, as demais cidades se baseiam bastante no comércio e prestação de serviços. Por conta da pandemia, o comércio ficou muito tempo fechado. Além disso, os serviços são sempre os primeiros gastos a serem cortados quando o orçamento aperta”, explica o administrador financeiro, Márcio Colmenero.


A região, no entanto, seguiu na contramão do que ocorreu no País. O Brasil abriu 142.690 vagas. Vale ressaltar que, em 2019, a Baixada registrou superávit de 3.372 empregos formais.


“Foi um ano positivo para o País diante de um ano de pandemia, com muitas empresas fechando, principalmente no segmento de serviços. Mas não se recuperou o necessário. Temos 14 milhões de desempregados”, diz analisa o diretor da Associação nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira.


Segundo Oliveira, não há perspectivas de melhora no curto prazo. “Seria muito melhor se o Governo tivesse se preparado lá atrás e comprado mais vacinas. Enquanto não ocorrer vacinação em massa, a economia não vai deslanchar”.



Detalhes


Santos foi a cidade mais afetada pela crise, com perda de 5.427 postos. Comércio e serviços foram os setores que mais admitiram trabalhadores e também os que mais dispensaram ao longo do ano.


Cubatão ficou na segunda colocação, com menos 1.331 vagas. Serviços, comércio e o segmento industrial fora os que mais sofreram em 2020 no Município.


Apenas Bertioga e Praia Grande conseguiram fechar o ano passado com resultado positivo. O saldo foi de 240 e 56 postos, respectivamente. Comércio e construção civil foram os setores que tiveram o melhor desempenho nos dois municípios.


Dezembro


Já as contratações de final de ano ajudaram a salvar o mês de dezembro na Baixada. Foram 9.947 admissões e 8.125 demissões, resultando em um saldo favorável de 1.822 vagas. Os destaques ficaram para comércio e serviços em oito das noves cidades da região. Apenas em Cubatão, o segmento industrial e da construção civil, junto com serviços, auxiliaram no desempenho da economia local.


“Dezembro temos o efeito sazonal do verão, férias e festas justificando contratações específicas. Com a segunda onda e o advento da vacina ficamos na expectativa de como essa conjugação vai afetar a região, o País e a economia mundial. E, linhas gerais, pode-se afirmar que estamos no caminho de uma recuperação”, informa o economista Jorge Manuel Ferreira.


Para o diretor da Anefac, a expectativa é que o cenário melhore em 2021, principalmente a partir do segundo semestre. “Com mais pessoas sendo vacinadas ao longo dos primeiros semestres, acredito que possamos voltar a uma melhor normalidade. Assim, a economia volta a crescer, reduz o desemprego e aumentam as vagas com carteira assinada.



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