O feriadão prolongado animou o setor hoteleiro da região. Até ontem, conforme balanço parcial do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista e do Vale do Ribeira (SinHoRes), foram registrados entre 96% e 98% de leitos ocupados.
Os dias quentes e sem chuva animaram turistas e deram uma prévia do fim do ano, segundo o presidente do SinHoRes, Heitor Gonzalez. Balanço feito entre a zero hora de sexta-feira e as 16 horas de ontem pela Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), apontou que 329,8 mil veículos desceram a Serra do Mar rumo ao Litoral.
Só em Santos, segundo a Secretaria de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo, até domingo, havia 90% de ocupação em 13 hotéis da Cidade, ou 1.609 apartamentos. Conforme a Ecovias, eram previstos entre 85,5 mil e 132 mil veículos na Cidade, o que significa de 256,5 mil a 396 mil pessoas (em média, três pessoas por carro).
Gonzalez avalia que o bom tempo ajudou o movimento de turistas. “Aconteceu o que normalmente acontece nos feriados de tempo bom”, diz ele. A maioria desses turistas vem do Interior do Estado, segundo o presidente.
“A mostra do feriado é uma expectativa e um indicativo do que virá no fim do ano. Tivemos bares e restaurantes, nesses dias, registrando recorde de público dos últimos quatro, cinco anos. É muito bom e prevê um fim de ano proveitoso”, afirma Gonzalez.
Nas praias
Na areia da praia, quem aproveitou foram os comerciantes. O vendedor de mate gelado Daniel Silva Simplício, de 19 anos, disse que esta é sua terceira temporada trabalhando na praia, o dia todo. E afirmou que o tempo bom ajudou. “Está mais cheio, há mais turistas. Foi mais animador”, observa.
Sua expectativa é de que, daqui para o fim do ano, haja ainda mais vendas. “Temos que aproveitar o feriado prolongado. Mas, se continuar assim, as vendas irão aumentar até as festas (de Natal e de Ano-Novo)”, conclui.
O casal Roberto Florentino de Assis, de 41 anos, e Márcia Assis, de 38, chegou ontem de Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo, e ia passar somente o dia de ontem em Santos. “Está abafado, (mas com) tempo bom”, comentou o advogado.
Ele acrescentou que costuma comparecer à Cidade quando o Santos joga no Estádio Urbano Caldeira (Vila Belmiro). Mesmo fora da arquibancada, considera ele, “é bacana, bom curtir. O clima de praia sempre é uma delícia de aproveitar”.
Comer e beber na praia requer pesquisa
Se o clima ajudou o turista a pisar na areia, a saída para comer e beber à beira-mar é pesquisar. Um coco pode custar de R$ 5,00 a R$ 8,00 em quiosques num trecho de quatro quilômetros da orla santista.
O comerciante José Costa dos Santos, o Zé do Coco, de 59 anos — e há 34 no ramo —, vende cocos a R$ 5,00, mas, nos próximos dias, deve repassar a inflação no preço. A previsão é de que suba para R$ 6,00.
É que, por mais que haja bons fornecedores, fica difícil não repassar ao consumidor uma parte do aumento nos preços”, diz ele. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do País), medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), subiu 6,47% nos últimos 12 meses. “Mas tem sido uma boa temporada. Estamos vendendo cerca de 2 mil cocos por dia nesse feriado”, conta ele.
Na areia, os consumidores dizem estar acostumados a pagar um pouco mais caro na praia, mas afirmam que nada fugiu muito do normal.
Pelo o que a Reportagem apurou, é possível comer pastel a partir de R$ 9,00, tomar caipirinha por cerca de R$ 20,00 e suco natural em torno de R$ 10,00, por exemplo.
“A gente tem visto que algumas coisas estão um pouco mais caras, mas nada muito diferente do que a gente paga na Capital. Até mesmo fora da areia, nas padarias”, destaca a comerciante Meg Escaglia, de 47 anos, que veio passar o feriado em Santos com o marido, Amauri Escaglia, de 56, a filha e o sobrinho.