Número de internações diárias na Baixada Santista por Covid-19 aumenta 79%

O diretor da Sociedade Paulista de Infectologia, o infectologista Evaldo Stanislau, diz que a projeção para a região é de caos para as próximas semanas

Por: Nathália de Alcantara  -  11/03/21  -  09:24
Centro de Contingência da Covid-19 já sinalizou que irá sugerir medidas mais restritivas
Centro de Contingência da Covid-19 já sinalizou que irá sugerir medidas mais restritivas   Foto: Matheus Tagé/AT

Em 15 dias, o número de internações dárias de pessoas com sintomas de covid-19 na Baixada Santista aumentou 79%. Em 23 de fevereiro, eram 38 internações por dia com pessoas apresentando sintomas da covid-19. Já nesta quarta-feira (10), 68 pessoas foram internadas na região pelo mesmo motivo. A taxa de ocupação na região, levando em conta hospitais públicos e privados, é de 46,3% nos leitos de enfermaria e 62% em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.


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O diretor da Sociedade Paulista de Infectologia, o infectologista Evaldo Stanislau, diz que a projeção para a região é de caos para as próximas semanas.


"Se a situação se mantiver dessa maneira, com poucos vacinados e as pessoas sem máscara e não praticando o distanciamento social, não tem como ter uma outra expectativa. Mas eu pergunto: o que falta para entenderem que esse assunto é bastante sério?"


Segundo ele, a região ainda está em uma situação diferente das outras, com números um pouco menores, mas isso é uma questão de tempo.


"Dia a dia ficaremos igual. Se o vírus circular rapidamente a taxa de ocupação de leitos ficará elevada e todo o Estado estará igual. Todo cuidado não é pouco. Temos de compreender o momento econômico, mas o foco deve ser outro, o de salvar vidas", diz Stanislau.


Preocupação


Em Santos, houve 45% de aumento na ocupação dos leitos de UTI. Preocupado com a aceleração nos números, o secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta, pede a conscientização da população.


Além de anunciar a abertura de mais 80 leitos a partir da próxima semana, até o fechamento das academias já está sendo estudado pelo prefeito Rogério Santos (PSDB).


Nos últimos 10 dias, a ocupação dos leitos de UTI em Santos aumentou 45%, considerando as redes pública e privada. De 273 leitos de UTI disponíveis, 120 estavam ocupados e,nesta quarta-feira (10), dos 281 leitos de UTI disponíveis, 184 estavam ocupados.


"O problema do mundo é a falta de bom senso. Estamos num momento crítico e delicado. Agora, a pergunta é se teremos leitos suficientes para todos que precisarem. Quantos serão suficientes? Teremos o necessário?", pergunta o secretário.


Ele explica que 53 leitos eram os mais fáceis de abrir, mas foi observada a necessidade de ampliar esse número. Eles estarão distribuídos entre Hospital Vitória e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Central e da Zona Leste.


"Para os outros, serão feitas obras e a abertura acontecerá gradualmente, de acordo com a necessidade".


Para os próximos dias, o secretário diz que a situação é totalmente imprevisível. Mas pede que todos façam a sua parte para que o cenário seja o melhor possível.


“Temos dias de calmaria e, de repente, o mundo inteiro cai. Ainda estamos numa situação agradável, mas isso pode mudar de um dia para o outro. Estamos fazendo o dever de casa com a abertura de novos leitos, mas as pessoas devem ter consciência. A covid-19 é uma doença instável".


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