Nova variante do coronavírus em São Paulo exige atenção na Baixada Santista

Mutação, que já chegou ao Brasil, deve ser mais transmissível do que a circulante atualmente

Por: Da Redação  -  05/01/21  -  09:32
Nova variante do vírus não deve afetar a eficácia das vacinas
Nova variante do vírus não deve afetar a eficácia das vacinas   Foto: Matheus Tagé/AT

A nova variante genética docoronavírus, uma mutação em relação ao que já circulava e que foi identificadainicialmentena Europa, chegou ao Brasil.Os dois primeiros casos foram confirmadosnesta segunda-feira (4),em São Paulo, pela Secretaria de Estado da Saúde.A cepa B.1.1.7 tem se espalhado rapidamente no Reino Unidoe fez com que a Inglaterra – com recorde de casos - iniciasse umnovo confinamento.


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A confirmação foi feita pelo Instituto Adolfo Lutz,doGoverno do Estado, após o sequenciamento genético de amostras encaminhadas pelo laboratório privadoDasa.Foram infectados umamulher de 25 anos, após contato com viajantes que passaram pelo território britânico, e umhomem de 34, que teve contato com a mulher. Ambos sãoda Capital.Ainda não se considera que exista transmissão comunitária no Estado.


No Reino Unido, estudos iniciaisidentificaram uma capacidadequase 60%maior de transmissão dessa mutação do vírus. A Secretaria estadual da Saúde diz, porém, que “atéo momento, não há comprovação científica de que esta variante inglesa é mais virulenta ou transmissível em comparação a outras previamente identificadas”.


Opiniões


“A seguir o exemplo do Reino Unido e considerando o comportamento descuidado dos brasileiros, temos um potencial que essa variante domine as formas mais antigas do vírus também no Brasil. Se já lidamos com um aumento de casos, com padrões de comportamento egoístas que amplificam a transmissão, com condições de transporte público que aglomeram pessoas, ao introduzir uma variante que se transmite mais rápido, temosa tempestade perfeita”, afirma o infectologista EvaldoStanislau.


Ele destaca que – mais do que nunca- é importante impedir o contágio. “Com distanciamento, máscara e higiene. E vacinar, agora.De forma ampla e abrangente.Aparentemente a mutação não é maisagressiva,porém, ao infectar mais, demandará mais assistênciahospitalar epode matar mais”.


Segundo o infectologista SergioFeijoo,na Inglaterra, a variante se disseminou mais entre jovens porque é um público com menos adesão ao distanciamento social.“Com a variante ou sem, as festas clandestinas são um meio de propagação da doença entre os jovens, que consequentemente acabam levando esse vírus para a casa”.


Para o infectologista Marcelo Otsuka, se as pessoas se cuidarem apropriadamente, por mais transmissível que seja, é possível bloquear a transmissão. “O agravamento é esperado por condutas inadequadas, mas não incluiria a retomada das aulas nesse grupo. Até o momento não observamos maior transmissão pelas crianças e qual a real participação delas na cadeia de transmissão”.


Testes


SegundoStanislau, os testes RT-PCR buscam um alvo que, uma vez presente, é ampliado e detectado, demonstrando a presença do vírus. ‘Essa variante altera o alvo de muitos kits utilizados, sobretudo em laboratórios privados. Portanto, é possível que tenhamos falso negativo porque o alvo estava diferente, embora o vírus lá estivesse e não foi detectado. Ajustes nos protocolos de diagnóstico certamente serão necessários”.


A Reportagem apurou queos laboratórios de Santos conseguem detectar a nova variante porque seus testes identificamRNA do vírus, por meio dos genesRdRPe N. A mutação, segundo fontes ouvidas,é no gene S (Spike)nãoafetando a metodologia.


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