'Nossa principal bandeira é a da segurança pública', destaca Tenente Coimbra

Deputado estadual eleito fala sobre os planos para a Baixada Santista e o relacionamento com os novos colegas na Assembleia Legislativa

Por: Bruno Gutierrez  -  09/02/19  -  10:18
Tenente Coimbra, deputado estadual
Tenente Coimbra, deputado estadual   Foto: Divulgação

O Partido Social Liberal (PSL) foi a surpresa nas eleições de 2018. Impulsionada pelo presidente Jair Bolsonaro, a legenda se tornou a segunda maior bancada da Câmara Federal, com 52 representantes, somente atrás do PT, com 56. Na Assembleia Legislativa, o partido possui o maior número de deputados, 15 no total.


Um deles representa a Baixada Santista. Matheus Coimbra Martins de Aguiar, o Tenente Coimbra, foi eleito, aos 27 anos, com 24.109 mil votos. O cargo como deputado estadual foi conquistado na primeira eleição disputada pelo parlamentar eleito.


Representante do PSL na Alesp, Coimbra já adianta que o partido terá postura independente, e buscará eleger a advogada Janaína Paschoal como a presidente do Legislativo estadual.


Em relação à Baixada Santista, o militar buscará trazer soluções para a segurança pública. "Pretendemos atuar bastante nesse sentido, principalmente voltado para a nossa Polícia Civil, trazendo recursos e tecnologia, integrando-a com as políticas públicas", analisa.


Entre as demandas junto ao governo estadual, o parlamentar destaca a necessidade das obras de macro e micro drenagem na entrada de Santos, e a proposta de ligação seca entre Santos e Guarujá.


AT - A Assembleia Legislativa passou por uma renovação de 55% dos deputados. O senhor está incluso nessa renovação. Como o deputado enxerga esse momento?


Tenente Coimbra - Eu vejo como um momento importante e de renovação, onde se renovam os políticos e a forma de se fazer política. Muitos pregam a redução do estado e da máquina pública, o que gera otimismo para a população e para os deputados eleitos.


AT - O PSL foi a maior surpresa das eleições nacionais e no Estado de São Paulo. Serão 15 representantes. Como o senhor analisa o momento do partido?


Coimbra - O PSL deixou de ser um partido pequeno com a vinda do Bolsonaro, e acabou virando o principal partido do cenário brasileiro. É a segunda maior bancada dentro da Câmara Federal. Além disso, se não fosse a cláusula de barreira, conseguiríamos eleger 20 deputados ao invés de 15. Mas, isso só nos mostra o quanto o partido está alinhado com a população em ideologias, valores e virtudes.


AT - A expectativa é de que o PSL seja o fiel da balança dentro da Alesp durante o Governo João Doria. O indicativo é de que o partido seja neutro em relação ao Executivo. Como o senhor espera que seja a relação com a gestão Doria?


Coimbra - Neutralidade aparenta passividade. Nós seremos independentes! Nós iremos votar pauta por pauta. Pautas positivas para o Estado de São Paulo serão votadas de forma positiva; pautas que sejam insatisfatórias, vamos estudar e analisar para que sejam melhoradas; e as pautas que não conseguirmos melhorar, vamos declinar.


Na verdade, acredito que esse deveria ser o posicionamento de todos os políticos. Chega de dizer sim só por dizer sim, e chega de dizer não só por dizer não. Vamos avaliar projeto por projeto, sempre em prol do Estado de São Paulo e em prol do Brasil!


AT - Dentro do grupo de deputados do PSL, o quadro que mais se destaca é o de Janaína Paschoal, até pela expressiva votação que alcançou. Ela tende a ser a líder do partido na Alesp? Como estão as tratativas sobre essa posição?


Coimbra - Tenho uma relação muito próxima com todos os deputados do partido. Estão todos alinhados e muito motivados. O nosso líder será o deputado Gil Diniz. Ele é uma pessoa íntegra e de caráter, tem uma grande proximidade com o nosso presidente Bolsonaro e com todo o cenário federal. Estamos lutando para eleger a deputada Janaina Paschoal como presidente da Assembleia. Os poderes precisam ser independentes, também somos a maior bancada, o que nos favorece nesse sentido. Infelizmente, essa mudança causa medo em alguns deputados.


Tenente Coimbra, deputado estadual
Tenente Coimbra, deputado estadual   Foto: Reprodução/TV Tribuna

AT - Como tem sido o diálogo com os outros representantes da Baixada Santista?


Coimbra - Tenho uma proximidade muito grande com eles, tanto que o deputado Paulo Côrrea (Patriota) me apresentou algumas coisas na Alesp. Outro deputado que tenho grande amizade é o Caio França (PSB), que já era meu amigo antes mesmo da candidatura. E o deputado Kenny (Mendes, do Progressistas), que tive a oportunidade de conhecer pessoalmente e se mostrou uma pessoa extremamente motivada e de boa índole.


Acredito que todos estão muito engajados em projetos e trabalhos para melhorias na Baixada Santista. Estaremos sempre dialogando uns com os outros, para que possamos fazer grandes avanços. Além disso, estarei, sempre que possível, em contato com os prefeitos da região para levantarmos necessidades pontuais.


AT - Quais bandeiras o senhor pretende defender nesta legislatura?


Coimbra - Naturalmente, por ser tenente, um agente de segurança pública, nossa principal bandeira é a da segurança pública. Pretendemos atuar bastante nesse sentido, principalmente voltado para a nossa Polícia Civil, trazendo recursos e tecnologia, integrando-a com as políticas públicas.


AT - Na sua opinião, quais as maiores necessidades da Baixada Santista em relação ao governo estadual?


Coimbra - Aqui, nós temos diversas necessidades. Temos a nossa entrada de Santos, onde precisamos atuar realizando a macro e a micro drenagem, onde a prefeitura já está trabalhando em um projeto de ampliação, que conta com a ajuda do governo estadual. Temos, também, uma promessa do governador, que é a ligação seca entre Santos e Guarujá por meio de uma ponte. Enquanto o projeto se desenvolve, precisamos da privatização da Dersa. Precisamos conversar com o Governo Federal para uma administração tripartícipe de nosso porto, entre outros.


AT - O governo estadual suspendeu contratos em áreas como turismo e saúde, o que afetou cidades da Baixada Santista. O senhor tem buscado uma articulação para a retomada desses convênios?


Coimbra - Estamos constantemente trabalhando e conversando com o poder público para reativar esses convênios. O convênio da verba Dade é um absurdo que seja cortado, até porque existe uma indicação, os municípios fazem jus a este valor, são de estâncias turísticas. Nada mais natural e legal que recebam o que é devido.


Quanto aos convênios referentes à área da saúde, estamos em contato com os secretários de Saúde e da Casa Civil, assim como com o vice-governador (Rodrigo Garcia, do DEM), para reativarmos esses convênios. Um deles é referente ao Hospital dos Estivadores, pois, na visão do Governo do Estado, eles questionam o acréscimo desse valor, que dobrou de 2018 para 2019. Mas, o que se dobra, também, é a capacidade do hospital, capacidade de número de leitos, de cirurgias de alta complexidade, dando uma maior assistência à população de toda a Baixada Santista como um todo.


AT - Como fazer para aproximar a população da Assembleia Legislativa?


Coimbra - A partir do momento que assumirmos, vamos dar publicidade aos atos que acontecem na Alesp. A população sabe que umas das atribuições de um deputado é legislar e fiscalizar o Executivo, mas, também, tem outras coisas que acontecem nas comissões, nos inquéritos parlamentares, etc. Minha intenção é aproximar a população para que ela possa, realmente, conhecer o trabalho, não só o meu, mas de todos os deputados.


AT - O que a Baixada Santista pode esperar do senhor na Alesp?


Coimbra - A Baixada Santista pode esperar de mim, na Alesp, o mesmo ímpeto e os mesmos valores que eu tive durante meus quase nove anos de Exército. Um militar, jovem, temente a Deus, que ama o Brasil acima de tudo e que já jurou defender a Pátria com a própria vida, se necessário. Além de alguém muito engajado e motivado para mudar o país!


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