Na Baixada Santista, casos de dengue sobem 145% e chikungunya 317% em 14 dias

Em duas semanas, número de casos das duas doenças mais que duplica nas cidades da região

Por: Nathália de Alcantara  -  13/03/21  -  09:50
O combate à dengue e chikungunya precisa ser feito por todos, limpando focos do Aedes aegypti
O combate à dengue e chikungunya precisa ser feito por todos, limpando focos do Aedes aegypti   Foto: Matheus Tagé/AT

Um adolescente de 16 anos, morador do Sá Catarina de Moraes, em São Vicente, é a segunda vítima fatal por dengue hemorrágica este ano na região. Além de uma severa pandemia de coronavírus, sem previsão de melhora, a região assiste a um aumento de 145% nos casos de dengue e 317% nos de chikungunya nos últimos 14 dias.


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Hoje, são 1.147 casos de dengue, com duas mortes confirmadas em São Vicente. Tem ainda 392 registros de chikungunya. Há 14 dias, a Baixada Santista somava 468 casos de dengue e 94 de chikungunya. Só Santos tem mais de mil pessoas com suspeita de uma dessas duas doenças, aguardando resultados de exames (veja abaixo).


>> Infográfico mostra ciclo de vida do mosquito e indíce de evolução na Baixada Santista


O jovem vicentino que morreu deu entrada no Hospital Municipal de São Vicente em 13 de fevereiro, levado pelo Samu, com estado geral regular e queixa de vômito de sangue. Foi realizada coleta de sorologia para dengue e demais exames laboratoriais, além de administrados medicamentos.


O paciente apresentou piora clínica e foi encaminhado para UTI, onde teve uma parada cardiorreespiratória. O jovem foi submetido à intubação e foram realizadas manobras de reanimação, sem sucesso.


Preocupação


Segundo o prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB), a Cidade está em estado de risco. “Estamos trabalhando com nebulização e aumentamos as equipes de catra-treco. Mas é preciso que todas as pessoas façam a sua parte. As policlínicas e Upas (Unidades de Pronto Atendimento) estão lotadas. Além da covid-19, temos muitos casos de dengue e chikungunya”.


Segundo a chefe da Divisão de Saúde Ambiental da Secretaria de Saúde Pública de Praia Grande, Maria Fernanda Gonçalves, uma das principais dificuldades é em relação à conscientização da população: cada um precisa cuidar de sua casa e de seu quintal.


“Neste atual momento, os agentes não entram nos imóveis. Esse cuidado está sendo tomado por conta da pandemia da covid-19 até que toda a população seja vacinada. No bloqueio, o profissional observa por meio de janelas e portas as correções que deverão ser feitas na área interna como banheiros, cozinha e área de serviço, entre outros locais”.


O detalhe é que medidas simples dentro das residências, como telar ralos, limpar calhas periodicamente e colocar areia nos pratos de plantas fazem grande diferença na luta contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti.


“Nesse período de verão, devido às condições climáticas, aumentam as suspeitas e confirmações de casos de dengue. É fundamental que a população faça a sua parte e nos auxilie neste combate. Peço a colaboração de cada munícipe”, pede Maria Fernanda.


Epidemia


Quem concorda com ela é o diretor de Vigilância em Saúde de Guarujá, Marco Antônio Chagas da Conceição. Na Cidade, os casos de chikungunya dobraram em uma semana e isso já se caracteriza como surto. “Possivelmente, semana que vem decretaremos epidemia e isso significa compra sem licitação. Mas eu quero é trabalhar com uma estratégia de comunicação em massa para que as pessoas limpem suas casas. Eu não tenho como entrar em casa e tirar larva das residências neste momento”.


A Cidade chamará 15 agentes para ajudar os atuais 48 que atuam nas ruas. Ao todo, são 72 contratados, mas muitos estão afastados. “A dengue mata e não é pouco. Os bairros que temos maior número de casos, como Prainha e Pae Cará, não são de imóveis de veraneio”, explica Marco Antônio.


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