Linha férrea que liga Baixada Santista e Vale do Ribeira tem definição distante

Debate-se reativação de ramal como trem turístico de passageiros, Veículo Leve sobre Trilhos ou trem de carga

Por: Da Redação  -  30/11/18  -  10:07
Linha férrea, com 231 quilômetros de extensão, existe há 105 anos
Linha férrea, com 231 quilômetros de extensão, existe há 105 anos   Foto: Nirley Sena/AT

Trem turístico de passageiros, Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou trem de carga. Nesta quinta-feira (29), uma audiência pública, na Câmara dos Deputados, discutiu a reativação do ramal ferroviário que liga a Baixada Santista ao Vale do Ribeira e pertence, atualmente, à Rumo Logística. A definição, entretanto, ainda está longe de sair.


O debate foi chamado pelo deputado federal Samuel Moreira (PSDB), representante do Vale, e teve a presença do também deputado João Paulo Papa (PSDB), do prefeito de Pedro de Toledo Eleazar Muniz (DEM), de representantes da ANTT, da Rumo Logística (antiga ALL), concessionária da linha, e da Procuradoria da República.


“Na minha ótica, até Peruíbe, a oportunidade é desenvolver um transporte de passageiros de qualidade”, disse Papa.


Por telefone, o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB) também defendeu vida nova para a ferrovia. “É importante não somente preservar este espaço como recuperá-lo e discutir implantar nesta faixa a permanência do modal do transporte de cargas por trilho e também de passageiros. Desativando isto, teremos consequências não somente de possíveis invasões nestas faixas, como também a extinção da possibilidade de desenvolvimento regional”, diz.


Entenda o caso


A linha, com 231 quilômetros de extensão, existe há 105 anos. No começo, transportou carga do Vale do Ribeira até o Porto de Santos.


Atualmente, o trecho entre o Bairro Samaritá, em São Vicente, e a cidade de Cajati está desativado e sucateado, como a Reportagem constatou em reportagem publicada em agosto.


O ramal pertence à Rumo Logística, que já demonstrou interesse em devolvê-lo ao Governo Federal, por entender que não há viabilidade econômica para explorá-lo. O caso tramita na ANTT. A empresa, entretanto, teria de pagar cerca de R$ 200 milhões como indenização.


Se isso acontecer, caberá ao Governo Federal decidir o que fazer com a ferrovia: explorá-la ou entregar para outra empresa privada.


João Paulo Papa considera que outras audiências públicas devem ser realizadas para se chegar a uma conclusão. Ele quer, entretanto, que isso aconteça na Baixada para que representantes dos municípios locais possam participar.


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