Influenciador digital, Coreano é o grande nome do Free Fire na Baixada Santista

Gamer de Peruíbe, que conta com 2,1 milhões de seguidores no Instagram, revela como sua paixão se tornou profissão e mudou sua vida

Por: Beatriz Viana  -  26/02/21  -  14:25
Coreano começou a profissão como hobbie, e hoje é influenciador de FreeFire
Coreano começou a profissão como hobbie, e hoje é influenciador de FreeFire   Foto: Acervo Pessoal

Já imaginou começar uma carreira de sucesso a partir de um hobbie? Essa foi a trajetória de Adriano Luiz Júnior, conhecido na web como Coreano, que se tornou influenciador digital de FreeFire. O jogo, que entrou despretensioso em sua vida aos 17 anos, se tornou sua fonte de renda primária.


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Adriano era adepto das lanhouses desde pequeno, onde jogava Counter Strike. O FreeFire, lançado como jogo mobile em dezembro de 2017, se tornou sua nova paixão. "Comecei a jogar como passatempo, mas fui evoluindo. Até que tive a oportunidade de jogar com um streamer, aos 17 anos. Ele me disse que eu era bom e que poderia conversar com um cara grande no FreeFire na época. Antes disso eu nem sonhava em ser influenciador digital".


Adriano fazia faculdade de direito, e tinha o sonho de se tornar delegado. Porém, teve que parar a faculdade por dificuldades financeiras.



A mudança de carreira exigiu apoio, e Coreano contou com sua família para conseguir se estabelecer como streamer profissional. "Depois que saí da faculdade, fiquei jogando e procurando emprego. Arrumei alguns 'bicos', mas eu percebi que a internet poderia abrir outras portas. Quando eu comecei, tive apoio dos meus pais. Eu pedi uma chance para eles acreditarem no meu talento, disse 'me dá um ano, que eu consigo devolver tudo que vocês proporcionaram para mim'".


A partir dessa decisão, começou a organização. "Comecei com um iPhone 5S que hoje está todo quebrado, quero até enquadrar (risos). Na época, ele começou a dar choque. Pedi para minha mãe comprar um notebook, nessa época só fazia vídeos, mas eu não conseguia fazer lives com o equipamento que tinha. Até que caiu meu primeiro dinheiro do YouTube e decidi comprar outro celular".


A compra, na verdade, era um golpe: Coreano teve que recomeçar do zero. "Várias pessoas do FreeFire começaram a me ajudar, fizemos vaquinhas, 15 horas de live por dia. Isso me fez recuperar o dinheiro em uma semana", comenta.


Enquanto no início jogava com o celular na tomada, ventilador ligado e 15 horas sem parar nem parar comer alguma coisa além de bolachas, o cenário hoje é diferente. "Era perrengue.Já trabalhei de várias coisas: garçom, segurança, quiosque, várias coisas. O que meu canal me proporcionou foi surreal. Comecei devagar, mas em cinco meses eu estourei". As lives, que são sua parte favorita do trabalho, já chegaram a durar até 32 horas.


Depressão


O sucesso como streamer foi explosivo, mas Adriano confessa que não foi fácil se adaptar. "Eu não sabia o que fazer com o dinheiro, aí eu deslumbrei. Eu saía doando dinheiro. Cheguei a gastar R$ 30 mil em um dia. Na hora era bom, mas de noite eu chorava em casa. Sentia um vazio dentro de mim. Depois disso tudo, teve uma regressão no salário de todo mundo e serviu para aprender a dar valor ao dinheiro".


As quantias fartas vieram especialmente das lives na plataforma chinesa CubeTV, que não existe mais. "Comecei a ganhar muito dinheiro e era surreal. Parecia Big Brother. Comprei uma casa, um carro, uma moto". O trabalho era por meta de horas, com o pagamento direto na conta. "Era coisa de 100 mil dólares. Peguei a melhor época".


Enquanto enfrentava a depressão, Coreano sabia que tinha que se afastar do meio digital. Por isso, o influenciador desapareceu das redes por alguns meses, o que impactou em sua audiência até hoje. "Teve uma época em que eu fazia muitas lives, e minha avó estava internada. Um dia ela pediu para eu ficar com ela, mas eu não consegui por conta da transmissão. No dia seguinte, ela faleceu. É algo que eu sinto até hoje. Eu amo fazer live, mas minha família fica em primeiro lugar".


Retomada e sonhos


Hoje, aos 21 anos, ele voltou ao jogo com foco total. "No universo dos games, minha maior meta é reatar meu público. Eu explodi muito rápido, mas me descontrolei e praticamente perdi tudo". O trabalho como influenciador envolve um contato diário com o público, que não é tarefa fácil: são 2,1 milhões de seguidores no Instagram, 16,7 milhões de viewers na Twitch e 880 mil inscritos no YouTube. Ele conquistou, inclusive, um reconhecimento da última plataforma por superar os 100 mil inscritos.



Para ele, ser influenciador digital é sinônimo de sinceridade. "Acredito que para ser influenciador é preciso ser bem transparente, dizer o que você sente e ser quem você é. Tem gente que muda com a câmera ligada. Se as pessoas gostam de você pelo que você é, dá certo. Se elas gostam do personagem, você não pode mudar, se não vão te julgar", comenta.


Seu maior sonho é aposentar a mãe e garantir um presente especial. "Ainda falta comprar a casa nova para ela e fazer com que ela possa se aposentar de verdade".


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