Família pede socorro para salvar bebê no Hospital Irmã Dulce

Lorenzo, de 1 ano e 3 meses, tem cardiopatia e quadro infeccioso, e não pode ser transferido enquanto não melhorar

Por: Jean Marcel  -  15/02/21  -  22:46
Lorenzo está no Hospital Irmã Dulce e precisa ser transferido
Lorenzo está no Hospital Irmã Dulce e precisa ser transferido   Foto: Arquivo Pessoal

A família do pequeno Lorenzo, que mora em Agenor de Campos, em Mongaguá, enfrenta inúmeras dificuldades, enquanto o quadro clínico da criança piora a cada dia. Lorenzo, de 1 ano e 3 meses de idade, tem problemas cardíacos congênitos, e está internado no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande. Desde sábado (13), a criança aguarda por uma transferência para outro Hospital, já que o Irmã Dulce não tem suporte para atendimento de UTI Cardíaca Pediátrica.


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"O problema começou na quinta-feira (11), quando percebemos um mal-estar e inchaço no corpo do Lorenzo, e procuramos o hospital de Mongaguá. Ele foi atendido e fez exame de sangue. Foi tratado com dipirona (para dor) e mandado de volta para casa", diz Rejane, tia da criança. No dia seguinte, Lorenzo piorou e retornou ao hospital, onde ficou internado para mais exames.


No sábado, através da Central de Regulaçao de Ofertas de Servicos de Saúde (CROSS), foi feita a transferência para Hospital Irmã Dulce, onde passou pela triagem, e indicada passagem pelo cardiologista. Também foi diagnosticada pneumonia, e necessidade de um ecocardiograma, exame que a família foi informada pelos médicos que não havia no hospital.


"Por volta de 9h de sábado, quando nos disseram isso, eu e a Elizabeth (a mãe) fomos até a administração do hospital, já que minha neta nasceu aqui na semana passada e foi feito um ecocardiograma", informou Rejane. Com a tensão da situação, Elizabeth desmaiou, e enquanto foi levada ao atendimento o exame foi feito, segundo a família.


No mesmo dia foi conseguida vaga para transferência para a Santa Casa de Santos. "Quando a ambulância chegou e pediram os exames, disseram que ele não podia ser transferido, e que a Santa Casa não teria suporte para atendimento ao Lorenzo", disse a tia. Em nota, a Santa Casa de Santos explicou que "apesar de contar com toda a estrutura necessária para prestar assistência adequada a estes casos, não possui contratualização pelo SUS para oferecer esta retaguarda para a região".


Lorenzo permanece na UTI do Hospital Irmã Dulce
Lorenzo permanece na UTI do Hospital Irmã Dulce   Foto: Arquivo Pessoal

Já entrando em desespero, devido à situação cada vez mais crítica de Lorenzo, Rejane fez postagens em redes sociais, tentou entrar em contato com políticos e autoridades. "Alguns vereadores até nos deram respostas, foram muito solícitos mas até agora ninguém conseguiu nos ajudar e transferir ele daqui", diz Rejane.


O ecocardiograma pediátrico feito em Lorenzo acusou "defeito no septo intraventricular e interatrial, além de importante dilatação das cavidades direitas e função contrátil global dos ventrículos diminuída". Além disso, ele apresenta quadro infeccioso.


Contactada, a CROSS informou que "obteve informação nesta manhã [de segunda-feira(15)] de que a criança está assistida no Hospital Irmã Dulce, com quadro grave e infeccioso que inviabiliza a transferência, no momento. Assim, a Central monitora o caso para auxiliar no processo de regulação para serviço especializado em cardiologia infantil".


Para que Lorenzo possa ser transferido, apenas uma indicação de procedimento e disponibilidade de vagas não são suficientes. É necessário que ele apresente condições clínicas, com quadro estável e livre de infecções. E isso deve acontecer no local de origem, ou seja, o Hospital Irmã Dulce. A família informou, também, que Lorenzo estaria internado em uma ala para pacientes Covid-19. A direção do Hospital Municipal Irmã Dulce esclareceu, em nota, que "o paciente em questão segue internado na unidade em leito de UTI Pediátrica fora da ala Covid, recebendo cuidados intensivos".


Ainda de acordo com o Irmã Dulce, como a unidade não é referência para atendimento em cardiologia pediátrica, "requisitamos vaga em serviço de referência via CROSS. Neste meio tempo, a equipe do Irmã Dulce tem recebido suporte da CROSS e de serviços de referência via telemedicina, visando ofertar a melhor assistência possível ao paciente, enquanto segue internado na unidade", diz a nota.


Esperança


Para receber o tratamento em UTI cardíaca infantil, Lorenzo luta para que ao menos seja estabilizada a infecção, e confia isso aos cuidados dos profissionais do Hospital Irmã Dulce, para que esteja estabilizado e transferido para São Paulo. "Temos que confiar nos profissionais e pedir orações. Esperamos que ele possa estar logo sorrindo e feliz, junto da família", diz Rejane.


Em relação à possibilidade de tratamento para cardiopatia congênita em Santos via Sistema Único de Saúde (SUS), a Santa Casa de Santos, informou, também, que "já manifestou interesse em oferecer assistência na referida especialidade desde que seja estruturado na região uma grade de referência e contra-referência, e centros ambulatoriais para acompanhamento destes casos durante o período pré e pós operatório" e que, atualmente, a referência da região para esses casos é em São Paulo.


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