Empresários da Baixada Santista só devem voltar a contratar a partir de julho
Essa é a expectativa de setores econômicos da região, desde que a vacinação contra a Covid-19 seja massiva. E a retomada será gradativa
Comerciantes e empresários da região só devem voltar a contratar no segundo semestre. E isso depende da vacinação em massa. Assim deve ocorrer em setores como os de comércio, bares e restaurantes. “Existe uma expectativa de confiança dos comerciantes à medida que a vacinação, mesmo que de forma lenta, avance”, explica Camilo Rey Andújar, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santos.
Segundo ele, conforme a imunização chegar à maior parte da população mais jovem, haverá mais tranquilidade no retorno normal ao trabalho. Ele classifica a fase atual como incerta. Andújar espera que, nesse ritmo, o retorno às contratações seja certo. Ao menos 3 mil vagas devem surgir após junho, principalmente no setor mais atingido pela pandemia, o de vestuário e calçados. “Com a população protegida e menor risco de novas ondas de covid-19, há mais chances de retorno à economia.”
Cautela
O presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes da Baixada Santista, Heitor Gonzalez, também disse esperar que os novos casos de coronavírus diminuam com a vacina. Isso permitira avançar para fases mais brandas do Plano São Paulo de flexibilização da economia.
Com relação a empregos, porém, é cauteloso. “Ainda é cedo para falar sobre contratação de mão de obra. Acredito que o segmento vai levar um tempo razoável para se recuperar e que o retorno das atividades será gradativo. Sendo bem otimista, acredito que entre novembro e dezembro voltaremos a contratar”, diz.
Falta de ânimo
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista, Omar Abdul Assaf, afirma que o retorno à fase amarela ainda não anima os comerciantes. Ele não sente que a vacinação por si só seja capaz de trazer de volta o otimismo da categoria. “As perdas dos comerciantes desde o início da pandemia foram muito significativas. Claro que voltar à fase amarela é bem melhor, mas ainda falta muito para que possamos comemorar de verdade”, diz.
A recuperação deve ser lenta, pois, de acordo com o comerciante, houve muitos postos de trabalho fechados, dívidas contraídas durante a pandemia, inflação alta e impostos mantidos.
O presidente do sindicato considera também que, além da volta à fase amarela e do avanço da vacinação, é preciso intensificar a fiscalização nos locais onde as aglomerações realmente acontecem. “No comércio, os próprios empresários se encarregam de cumprir todas as normas para diminuir os riscos à saúde”, afirma.
Assaf conta que, apenas em janeiro, os pedidos de falência subiram quase 6% em comparação com dezembro. “Desde o começo da pandemia, o comércio perdeu cerca de 60 mil postos de trabalho na Baixada Santista”, calcula.
