Dupla realizará viagem de 12h de bicicleta até Aparecida do Norte

Orlando e Tarssio vão acompanhar a missa de domingo na Basílica de Aparecida

Por: Matheus Müller  -  26/02/21  -  22:31
Dupla Orlando e Tarssio vão fazer viagem de bicicleta até Aparecida do Norte
Dupla Orlando e Tarssio vão fazer viagem de bicicleta até Aparecida do Norte   Foto: Matheus Tagé/AT

Sentir o vento no rosto, observar a natureza, praticar um exercício e, principalmente, passar um tempo maior consigo. Estas foram escolhas de um trio de amigos, que resolveu pedalar para não pensar na pandemia e nos conflitos que a Covid-19 trouxe à tona, como problemas financeiros, amorosos e a falta do convívio. Agora, o sucesso na missão impõe outro desafio, esse em agradecimento: pedalar por 12 horas até Aparecida, no Interior do Estado.


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“Vivemos num mundo em que não percebemos os pequenos milagres que acontecem em nosso dia a dia, como o fato de levantar e respirar nesse momento tão maluco. (...) Está na hora de começar a agradecer a essas coisas. Mesmo no meio da pandemia conseguimos estabelecer objetivos e ter conquistas pessoais”, diz o despachante aduaneiro, Orlando Tertuliano Teleciro.


A viagem à Aparecida começa na madrugada deste sábado, às 4h, ao lado do gerenciador de frota, Tarssio Alvarez Pinto. Ambos são acompanhados por dois veículos, que servirão como apoio, com suprimentos e para ajudar com quaisquer eventualidades (dano nas bicicletas e socorro aos atletas).


Eles vão dormir na cidade, acompanhar a missa de domingo e depois regressarão (de carro) à Baixada Santista.


Orlando e Tarssio encontraram em Carlos Eduardo Gonçalves Mulero, o Cadu, a inspiração para ingressar no esporte. O amigo, que é bancário, não participa da viagem, por não estar na região e, segundo os colegas, por não ser adepto às longas pedaladas.


“Somos amadores e começamos a pedalar em 23 de fevereiro de 2020, no início da pandemia, logo que as coisas começaram a querer fechar, nos vimos numa situação complicadíssima, porque não se podia sair. Tínhamos muita atenção a isso, de obedecer aos parâmetros sanitários e encontramos na bike uma maneira de sair da clausura”.


Cadu, inclusive, foi quem vendeu a primeira bicicleta a Orlando e emprestou outra a Tarssio. Foi o empurrão, ou melhor, as rodinhas necessárias para que se apaixonassem pelo esporte, investissem em novos equipamentos e motivassem outras pessoas a pedalar.


“Começamos eu, (Orlando) e o Cadu, que é ciclista (mais experiente) e fomos na onda. Passamos a gostar e outras pessoas vieram agregando no meio disso tudo”, ressalta Tarssio, que carrega uma imagem de Nossa Senhora da Aparecida tatuada no braço.


Hoje, eles contam com um grupo com cerca de 30 pessoas batizado de Pédivela. “Começamos pela orla de Santos e a coisa passou a tomar outra proporção. É um esporte que naturalmente tem um distanciamento social, pois por segurança você precisa pedalar com certa distância do companheiro”, diz Orlando.


Superação


Ele revela que a bike conseguiu manter o equilíbrio de muitos membros do grupo, que passaram a sofrer com “depressão por problemas financeiros e pessoais”. “Você começa a pedalar para lugares mais distantes, o que envolve natureza, e esse contato, até por tudo que a pandemia trouxe conseguiu nos resgatar de condições extremas”.


Aparecida


A ideia de visitar Aparecida surgiu em novembro do ano passado, após a primeira pedalada mais longa, até Boiçucanga - foram 10 horas entre a ida e a volta. Era a oportunidade de bater um recorde e agradecer. “Tínhamos a obrigação moral (por estarem bem e com saúde)”.


“O pedal tem dessas coisas. Você bate uma meta e quer uma próxima. E de lá para cá temos treinado para esse pedal de Aparecida. Procuramos um médico do esporte, temos um quiropata, assessoria para nos condicionar, na parte superior, e temos a fisioterapeuta”, conta.


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