Coronavírus mata mais homens do que mulheres nas principais cidades da Baixada Santista; VÍDEO

Em Santos, São Vicente e Praia Grande, pessoas do sexo masculino morreram cerca de 15% a mais desde o início da pandemia da Covid-19.

Por: Thiago D'Almeida  -  26/02/21  -  13:05
  Foto: Thiago D'Almeida/AT

Homens morrem mais de Covid-19 do que as mulheres nas cidades de Santos, São Vicente e Praia Grande. A equipe de ATribuna.com.br entrou em contato com as assessorias das prefeituras das três cidades, comparou os números de óbitos enviados e constatou que pessoas do sexo masculino morreram cerca de 15% a mais desde o início da pandemia de coronavírus. A reportagem também conversou com o administrador André Yamauti, filho de Ricardo Yamauti, ex-prefeito de Praia Grande que foi mais uma vítima da doença no início do ano. Confira a videorreportagem acima.


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De acordo com os números enviados na última quarta-feira (24), um total de 2.056 moradores (do sexo masculino e feminino) das três cidades citadas vieram a falecer no período por conta do vírus.


Em uma análise separada das cidades, Santos teve um total de 1.082 mortos, sendo que 632 eram homens e o restante (450), mulheres. Por sua vez, São Vicente fez o registro de 581 óbitos, sendo que 327 eram homens e 254 mulheres. Por último, Praia Grande teve 393 mortos desde o início da pandemia, sendo que 204 eram homens e 189 eram mulheres. Uma predominância masculina no triste quesito e no registro de todas as três cidades procuradas.


E não é só na região que o vírus mata mais homens. Segundo dados da Global Health 50/50, um banco de dados internacional voltado à igualdade de gênero na saúde, a incidência de morte em razão da doença no Brasil é maior em homens (57,8%).


A estatística evidencia ainda mais a maior taxa de sobrevivência das mulheres a longo prazo. Vale lembrar que cientistas já constataram que o sistema imunológico do sexo feminino é mais forte do que o masculino.


A equipe de ATribuna.com.br também foi atrás do relato de uma pessoa que perdeu um ente querido (no caso, o seu pai) em decorrência da Covid-19. Em janeiro, Ricardo Akinobu Yamauti, ex-prefeito de Praia Grande entre os anos 1997 e 2000, faleceu aos 71 anos, vítima do coronavírus. A reportagem conversou com um dos seus filhos, o administrador de empresas André Yamauti sobre o processo vivido pelo pai em seus últimos dias.


  Foto: Thiago D'Almeida/AT

“Foi muito rápido. Ele estava se resguardando, tinha 71 anos e era saudável, não fumava e bebia ‘socialmente’. Se ia ao mercado ou à farmácia, era ‘bem raramente’, mas gostava de jogar bola aos domingos”, explica. “[A contaminação] teve relação com isso. No domingo anterior ao que ele foi internado, um amigo que jogava futebol com ele faleceu por conta do coronavírus. Creio que tenha sido através desse colega. Ele foi internado, chegou com 50% do pulmão acometido e o próprio médico não soube explicar como ainda estava andando e falando. A partir daí, no segundo e terceiro dia de internação, a parte pulmonar começou a agravar”.


Yamauti fez questão de agradecer ao corpo de médicos do hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, local onde seu pai foi internado e aproveitou para também fazer um apelo: “Não quero que ninguém mais sofra, ou pelo menos o mínimo possível, por conta da Covid-19. Todos vamos morrer [um dia], mas não podemos encurtar [nossas vidas] por conta desse vírus. Se ele está aqui, vamos respeitá-lo”.


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