Bares e restaurantes da Baixada movem ação contra o Estado para operar na fase amarela

Em nova reclassificação, comércio atua na fase laranja durante a semana e na fase vermelha durante o fim de semana

Por: Matheus Müller  -  29/01/21  -  00:15
O decreto também define que os locais terão que manter a capacidade de atendimento em 40%
O decreto também define que os locais terão que manter a capacidade de atendimento em 40%   Foto: Alexsander Ferraz/AT

O Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Sinhores) entrou com uma ação na Justiça contra o Governo de São Paulo para conseguir reclassificar o setor para a fase amarela do Plano.SP. Atualmente, estes estabelecimentos estão impedidos de receber clientes das 20h às 6h, durante a semana, e durante todo o dia nos finais de semana e feriados – quando passa a vigorar a fase vermelha, a mais restritiva.


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O presidente da categoria, Heitor Gonzalez, informou que o pedido, se acatado, terá validade até 8 de fevereiro, quando está prevista uma nova reclassificação das restrições pelo Estado. De acordo com as regras da fase amarela, as casas poderão ficar abertas por 10 horas e atender com 40% de capacidade.


Atualmente, a região alterna entre fase laranja (8 horas de funcionamento e 40%), das 6h às 20h, e fase vermelha (permite apenas serviços essenciais), nos demais horários. Essa situação, de acordo com Gonzalez, vem trazendo muitos transtornos aos empresários e funcionários, pois, sem movimento, a receita cai e ninguém fica seguro – trabalhadores podem perder seus empregos e os negócios encerrarem as atividades.


Segundo o sindicalista, a ocupação dos leitos na Baixada Santista permite que a região seja classificada na fase amarela, com menos restrições. No mandado de segurança cível (classificação da ação movida na Justiça) apontam que as nove cidades têm 45,7% dos leitos de UTI ocupados, enquanto a média do Estado é de 71%.


Para Gonzalez, o governo está colocando a todos em um mesmo patamar, sendo que o Plano São Paulo define, entre outros fatores, que devem estar na fase vermelha as regiões com ocupação de leitos de UTI superior a 75%, e para a fase laranja quando a taxa estiver entre 70% e 75%.


Nariz de palhaço


O premiado chefe de Guarujá e dono de dois restaurantes em Santos, Dario Costa, revelou que assim como ele outros empresários vão abrir as portas “na marra”. Ele inclusive diz ter comprado narizes de palhaço, adereço que será usado pela equipe durante o atendimento. A justificativa? Para ele, “não se brinca com o emprego das pessoas dessa maneira”.


“O Plano.SP quando foi imposto, até o presente momento foi respeitado (pelo governo) e, do dia para noite, resolveram não respeitar”, disse ao ressaltar que os índices da Baixada Santista a elevam à fase amarela.


O empresário critica a falta de respeito das autoridades, pois, segundo ele, a gestão dos negócios está sendo “afundada”. “tudo o que a gente se programou e se organizou está indo por água abaixo”.


Ele explica que, antes dos últimos feriados (aniversário de São Paulo e de Santos) os estoques foram repostos e no momento em que estavam começando a voltar, se reerguer, são surpreendidos com as restrições, que de imediato impactaram nas receitas dos estabelecimentos.


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