Baixada Santista perderá R$ 400 milhões por mês sem auxílio extra

Valor equivale à média mensal dos valores pagos emergencialmente para beneficiários nas nove cidades locais

Por: Júnior Batista  -  06/01/21  -  16:31
Economista diz que estímulo a economia local só será possível com vacinação em massa
Economista diz que estímulo a economia local só será possível com vacinação em massa   Foto: Matheus Tagé/AT

O fim do auxílio emergencial deixará de injetar, em média, R$ 393,52 milhões por mês nas nove cidades da Baixada Santista. Os números são do Ministério do Desenvolvimento Social.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


O Governo Federal já disse que não tem previsão de novos pagamentos mensais neste ano. No total, foram nove parcelas (cinco de R$ 600,00 e quatro de R$ 300,00) pagas a microempreendedores individuais, desempregados e pessoas cuja renda familiar não ultrapassa três salários mínimos (R$ 3.135,00).


“Em 2021, ao contrário de outros tempos, o ano começa antes do Carnaval, justamente por causa da covid-19, que impõe o isolamento social. Isso pressiona o Poder Público, logo cedo, a tomar decisões importantes para o destino do País, tanto no aspecto social quanto no econômico”, ressalta o economista Fernando Wagner Chagas.


O economista afirma que a economia brasileira não levou um tombo maior justamente por causa do auxílio, que foi pago em grande parte do ano passado. Graças ao valor emergencial, garantiram-se o consumo e a sobrevivência de cerca de 66 milhões de pessoas em estado de vulnerabilidade social.


Com o fim do auxílio e sem uma renda básica, Chagas aposta numa desaceleração da economia neste trimestre. “(O País) Deve apresentar uma contração de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) neste período”, diz.


O economista considera que uma saída seria gerar empregos em massa, tanto formais quanto informais, para garantir substituição de renda para quem ficará sem auxílio.


No entanto, o que se apresenta é um cenário diferente. “A tendência é de crescimento do desemprego nesse primeiro trimestre, devendo alcançar o número de 16 milhões de desempregados”, afirma.


No terceiro trimestre de 2020, havia 14,1 milhões sem emprego, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Respiro


Para Chagas, a alta safra agrícola que deve se iniciar em março pode ajudar a recuperar, em parte, a economia local. A explicação está no perfil dos produtos mais exportados pelo Porto de Santos, sobretudo soja.


“De qualquer maneira, a economia somente voltará a funcionar no novo normal com a vacinação em massa da população brasileira, para assegurar a livre circulação de pessoas e mercadorias pelas cidades, aquecendo o consumo das famílias”, diz.


O economista finaliza comentando que, como a Baixada Santista tem uma boa rede pública de saúde, o favorecimento à imunização das pessoas é maior e, consequentemente, pode-se recuperar a economia local com mais facilidade.


Logo A Tribuna
Newsletter