Flagrantes de furto de energia elétrica aumentam 17% em cidades da Baixada Santista

Dados são da CPFL em Santos, Cubatão, São Vicente, Praia Grande e Vicente de Carvalho

Por: Maurício Martins & Da Redação &  -  11/08/19  -  22:32
Os gatos são um problema para as concessionárias, que investem em fiscalização para evitar perdas
Os gatos são um problema para as concessionárias, que investem em fiscalização para evitar perdas   Foto: Carlos Nogueira/ AT

O número de locais flagrados furtando energia elétrica aumentou 17% nos sete primeiros meses de 2019, na comparação com o mesmo período do ano passado, nas cidades atendidas pela CPFL Piratininga na Baixada Santista: Santos, Cubatão, São Vicente e Praia Grande, além do Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá. A empresa é a maior distribuidora de energia na região, com 600 mil consumidores. 


De janeiro a julho deste ano, a CPFL constatou 12.586 irregularidades. No mesmo período de 2018, foram 10.750 fraudes nos medidores ou ligações clandestinas, os populares gatos. 


A energia desviada, cerca de 33 mil gigawatt-hora (gWh), seria suficiente para abastecer quase 14 mil residências por um ano, considerando o consumo de 200 kilowatt-hora (kWh) ao mês por família.


O maior número de fraudes ocorreu em Praia Grande, com 4.233 endereços com problemas. Santos vem em seguida, com 3.118 pontos de furto. Em terceiro está São Vicente: 2.671. 


Razões


A busca de economia diante da crise no País não é o único motivo para aumento nos furtos. A empresa cita ampliação das fiscalizações e novas tecnologias de monitoramento.


Segundo o gerente de Serviços Comerciais da CPFL Piratininga, Renato Lucas de Freitas, houve intensificação no combate às irregularidades. “Fizemos 25% a mais de inspeções. O início do trabalho é interno, com um processo de inteligência analisando o consumo das instalações para maior assertividade das equipes que vão a campo”.


As ferramentas da concessionária permitem inspeções mesmo dentro de dutos, medem a corrente elétrica de entrada e saída dos locais e apuram se os relógios estão regulares. Além disso, alguns locais possuem medidores inteligentes, com leitura à distância e alerta para manipulação.


"Toda ligação irregular sobrecarrega a rede e afeta a qualidade do fornecimento para todos. A fraude também prejudica o consumidor, porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconhece na tarifa as perdas comerciais, por furto e desvio, e todos acabam pagando”.


Ações de regularização de ligações clandestinas ajudam a minimizar a quantidade de furtos na região
Ações de regularização de ligações clandestinas ajudam a minimizar a quantidade de furtos na região   Foto: Carlos Nogueira/ AT

Crime


O furto de energia elétrica é crime previsto no Código Penal e a pena pode variar de um a quatro anos de detenção. Além disso, os fraudadores também são cobrados pelos valores retroativos referentes ao período em que ocorreu furto (até 36 meses), com multa.


Em campo, os fiscais da CPFL notificam o cliente sobre o problema, retiram o medidor, lacram e mandam para perícia. Após aferição pericial, sai um laudo que constata a fraude. Com essa prova, é registrado um boletim de ocorrência pelo crime de furto e o responsável é multado e cobrado.


Atendimento


Denúncias podem ser feitas pelo e-mail denunciafraude@cpfl.com.br, telefone 0800-7744286 e site www.cpfl.com.br. É necessário informar o endereço onde ocorre o ato ilícito, sem se identificar. Pode-se fazer isso também pelo aplicativo da CPFL no celular.


Na área da Elektro, queda de 56%


Ao contrário da área atendida pela CPFL, o furto de energia em Bertioga, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe e parte de Guarujá (385 mil consumidores), onde a distribuição é da Elektro, caiu 56% de janeiro a julho deste ano, em comparação ao mesmo período de 2018.


Foram 1.405 irregularidades, contra 3.221 no ano anterior. As inspeções, porém, aumentaram 11,9%, de 3.560 para 3.984. Não foram informados dados por município.


Segundo o especialista de combate a furtos da Elektro, Talles Silva, a explicação está em um plano feito na região em 2018 para regularizar 2.552 ligações clandestinas. “Guarujá respondeu por 80% das ações que fizemos. Mas em relação à pessoa que mexe no medidor, o número aumentou. A ação contra os gatos deu resultado”.


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