Estado quer transplante de medula no Hospital Guilherme Álvaro

Secretário explicou ideia em visita à região

Por: Da Redação  -  19/07/19  -  22:31
José Henrique Germann conversou com políticos, autoridades e o corpo técnico do HGA
José Henrique Germann conversou com políticos, autoridades e o corpo técnico do HGA   Foto: Carlos Nogueira/ AT

Habilitar o Hospital Guilherme Álvaro (HGA) para o transplante de medula pode ser a saída para modernizar o atendimento da unidade santista, administrada pelo Governo do Estado. A proposta foi dada pelo secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann Ferreira, que visitou o hospital na tarde desta quinta-feira (18).


“Estamos discutindo novas habilitações. Não tem nenhuma unidade do SUS que faça transplante de medula óssea na região. Você põe para funcionar e isso vira o hospital, que muda de patamar, pois essa é uma das atividades modificadoras do perfil hospitalar”.  


Ele estima que a habilitação, que é concedida pelo Ministério da Saúde se o complexo hospitalar cumprir todos os requisitos necessários da modalidade, leva em média um ano para sair. Mas, com a aprovação, a implantação é rápida, pois não depende de muita estrutura.  


Leitos fechados  


A ideia surgiu durante uma conversa com a equipe técnica do HGA, que aproveitou a visita do secretário para falar dos problemas da unidade. Uma delas é a falta de recursos humanos.  


Como noticiado por A Tribuna, o hospital está com cerca de 70 leitos fechados por não ter equipe de enfermagem suficiente para ampliar o atendimento. Ferreira admite que o principal desafio do estado na área da Saúde é o de pessoal.  


“[Os técnicos do HGA] nos deram uma lista de concursos que aguardam nomeação, um deles termina na próxima semana. Onde está? Está no Palácio [dos Bandeirantes], então vamos atrás dele”.  


Além de equipes de enfermagem de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), funcionários pedem também que o quadro do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) seja reforçado.  


O secretário afirma que a contratação de equipe é uma ação paralela, enquanto se define qual a tendência deve ser adotada na unidade. Ele não descarta que uma organização social (OS) administre o hospital, mas admite que não existem entidades suficientes para cobrir todas as unidades de São Paulo.  


Porém, o secretário acredita que repor equipe e ampliar a lista de habilitações do HGA não sejam suficientes para resolver a questão.  


“Se a gente colocar os funcionários necessários hoje, o serviço não vai ficar bom. No Guilherme Álvaro existe a necessidade de uma obra e a gente tem que fazer isso primeiro, para dar perenidade ao hospital, caso contrário não adianta colocar algo a mais lá que ele não vai responder”. 


Prefeitos e secretários listam pedidos 


Pela manhã, o secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann Ferreira, participou de reunião, em Praia Grande, com prefeitos e secretários municipais da Saúde das nove cidades da região, dentro do projeto Gabinete Itinerante, com o objetivo de estreitar relações com os gestores municipais.  


Durante o evento, que aconteceu em reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), Ferreira e técnicos da pasta deram um panorama geral da Saúde na região e ouviram as demandas dos municípios.  


Um manifesto das frentes parlamentares em Defesa da Baixada Santista e Vale do Ribeira, coordenada pelo deputado estadual Caio França (PSB), e em Prol de Melhorias no Sistema de Saúde da Baixada Santista, liderada pelo deputado estadual Paulo Correa Junior (PATRI), foi entregue ao secretário.  


Além de elencar os problemas levantados em uma audiência pública, que ocorreu em Santos no final do mês passado, os parlamentares pedem a criação de uma agenda de saúde metropolitana, em conjunto com as três esferas de poder, para compor a responsabilidade de cada uma, “tendo em vista que nem sempre o pactuado é cumprido”, destaca o documento.  


A União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvesb) também apresentou um relatório das necessidades de melhoria na área da Saúde, apontando como principal entrave a falta de transparência na Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross).  


O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), aproveitou a presença da deputada federal Rosana Valle (PSB) no evento e pediu uma agenda com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para tratar, entre outras coisas, do valor do repasse para a alta complexidade.  


Ampliação dos leitos  


Após a conclusão de obras dos hospitais municipais de Peruíbe e Bertioga e do Guilherm Álvaro, além da ampliação do Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, e novos leitos no Hospital dos Estivadores, em Santos, com cerca de 400 novos leitos, o secretário de Estado da Saúde acredita que o deficit de vagas para internação na Baixada possa estar equacionado por um tempo.  


Hoje, de acordo com as normas do Ministério da Saúde, faltariam cerca de mil leitos na região para atender adequadamente a população. “Na hora em que terminarem (as obras), a necessidade é praticamente outra, mas deve equilibrar. Temos que trabalhar para uma gestão que reduza o tempo de permanência das pessoas nos leitos”. 


Logo A Tribuna
Newsletter