Estado garante projeto final da ponte entre as margens do Porto de Santos em 2020

Ligação seca resolveria situação precária da travessia de balsas

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  29/12/19  -  14:52
Movimento na travessia de balsas sábado de manhã foi tranquilo, bem diferente do caos de sexta-feira
Movimento na travessia de balsas sábado de manhã foi tranquilo, bem diferente do caos de sexta-feira   Foto: Matheus Tagé/AT

O secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, afirmou que pretende entregar ao Ministério da Infraestrutura o projeto definitivo da ponte entre as margens do Porto de Santos no primeiro bimestre de 2020. Se estivesse funcionando, a ligação seca teria minimizado a espera de duas horas para embarcar na balsa entre Santos e Guarujá na última sexta-feira.


“Estamos discutindo tecnicamente, com a Companhia Docas do Estado de São Paulo [Codesp], ajustes no projeto. Ensaios feitos pela escola de Engenharia Naval da Politécnica da USP mostram que ela [a ponte] não gera nenhuma restrição à operação do Porto”, explicou o secretário no sábado (28), em entrevista exclusiva para A Tribuna.


Segundo Machado Neto, se discute agora pequenas alterações, solicitadas pela Codesp, para o traçado ser compatível com a operação do Porto e com a demanda rodoviária, “para ficar ainda mais confortável para operação de atracação e embarque de contêineres. Então, as equipes técnicas da Companhia Docas, da secretaria e da Ecovias estão trabalhando para ajustar os detalhes. Depois, vamos apresentar ao Ministério da Infraestrutura com a expectativa que se resolva a questão”.


Na balsa


O secretário comentou os impactos da fila gerada na balsa na última sexta-feira. Disse que os usuários precisam ter o bom senso de entender a situação.


“A Rodovia Cônego Domênico Rangoni estava com 26 quilômetros de congestionamento. Das 10h30 às 13h30 é que a fila ficou em 100 minutos. O pessoal, no congestionamento, iria levar três horas para chegar em Guarujá e escapou por dentro de Santos. Aconteceu a sobrecarga no sistema. Mesmo que pusessem 12 balsas, não resolveria”.


Privatização


Segundo o secretário, nem a privatização do sistema de balsas – prevista para o verão de 2021 – resolveria a situação.


“Com certeza a privatização vai trazer investimento em embarcações novas, mas não vai mudar essa questão. Ontem [sábado] chegou a ter, em determinado horário, mais de 30% do volume projetado para a travessia em seu pico”, abordou o secretário.


Números


Sábado, segundo Neto, 8,3 mil carros e 5,3 mil motos foram transportados de Santos a Guarujá. Outros 5.900 automóveis e mais de 4 mil motos passaram no sentido contrário. O total foi de quase 24 mil veículos transportados.


Uma balsa em reforma é esperada para janeiro e também deve atuar na travessia Santos-Guarujá.


“O pessoal está dando um gás danado. A Dersa se organizou para ter a capacidade máxima de operação e as balsas não quebraram. O investimento deu certo. Não é falta de planejamento. Agora, infelizmente, se houver picos assim, isso acontece. Em Santos, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo”.


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