A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, nesta terça-feira (10), a extinção da empresa Desenvolvimento Rodoviário S/A, a Dersa. O placar foi de 64 a 15, com duas abstenções. Segundo o texto aprovado pelos deputados estaduais, o governo de João Doria (PSDB) fica autorizado a realizar a dissolução, a liquidação e a extinção da empresa, que é responsável por desenvolver projetos de rodovias e outras infraestruturas em transporte.
A proposta de extinção foi apresentada após a empresa se tornar foco de denúncias de corrupção nos governos tucanos de São Paulo Só no ano passado, a empresa foi envolvida em ao menos quatro casos de corrupção.
Os representantes da Baixada Santista comentaram sobre a votação realizada na Alesp. Apenas uma emenda foi aprovada com o projeto, de autoria do deputado estadual da região Paulo Corrêa Júnior (PATRI), que votou a favor da proposta. O texto impede qualquer paralisação nos serviços de balsas com administração direta pelo Estado.
"A atividade será de responsabilidade da Secretaria de Transportes e Logística e também a organização das filas, embarques preferenciais e prioritários. Aproveitando, assim, para organizar e acabar com o jogo de empurra para saber quem é responsável por isso”, diz o parlamentar.
Os outros três deputados estaduais da região também votaram a favor da extinção da Dersa. Para Kenny Mendes (PP), a empresa era “não só um cabide enorme de emprego, mas uma fonte inesgotável de escândalos”. “Parece que usavam tanto dinheiro em cima que mal sobrava para a parte de baixo, no serviço das balsas”.
Caio França (PSB) acredita que o Estado terá mais agilidade na substituição de balsas e qualidade na manutenção. “A Dersa foi criada para atuar como operadora rodoviária, o que já não vem fazendo faz tempo. Com isso, acumula prejuízos financeiros”.
Para Tenente Coimbra (PSL), toda diminuição do Estado é importante, ainda mais quando se trata de “um calcanhar de Aquiles dentro da Baixada”. “Todos temos problemas para atravessar de Santos para Guarujá e muito disso acontece por má administração da Dersa. A gestão é ineficiente e os moradores da Baixada sofrem diariamente”.
A Dersa completa 50 anos de existência em 2019 - ela foi criada em 1969 para a construção da Rodovia dos Imigrantes e, desde então, já executou 16 grandes obras, como as rodovias Ayrton Senna e Bandeirantes.