Deputada pede uso de indenização de concessionária para reativar trecho ferroviário Santos-Cajati

Rosana Valle (PSB) oficializou documento para que os R$ 300 milhões pela devolução do ramal sejam direcionados para estudos de melhoria do acesso

Por: Por ATribuna.com.br  -  16/07/20  -  17:02
Ferrovia é uma das principais do país, servindo ao Porto de Santos
Ferrovia é uma das principais do país, servindo ao Porto de Santos   Foto: Divulgação/Rumo

A indenização a ser paga ao Governo Federal pela devolução do ramal Cajati-Santos pode ser utilizado para reativação dos 232 quilômetros da linha férrea, que liga o Vale do Ribeira ao Porto de Santos. É o que indica a deputada federal Rosana Valle (PSB).  


A parlamentar oficiou ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, pedindo a utilização dos R$ 300 milhões, que a Rumo terá que pagar pela devolução sem uso do trecho, para que sejam feitos estudos e o projeto de reativação da linha férrea, beneficiando assim o Vale do Ribeira, Litoral Sul e Baixada Santista.  


A retomada do ramal para uso misto, de cargas e passageiros, foi considerada viável pela Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô. Os técnicos do órgão defenderam a concessão de todo o ramal, ou de trechos, a ser explorado por uma Parceria Pública Privada (PPP).   


O ramal, que remonta a 1915, e já teve linhas de cargas e passageiros com grande utilização, não foi incluído na Malha Ferroviária Paulista, concedida à Rumo, tendo que ser devolvido ao Governo Federal. Por essa razão, a empresa terá que reembolsar, a título de compensão, pelo não uso do trecho.


A deputada propõe um estudo de viabilidade técnica e econômica, com a utilização de parte destes recursos. Ela ressalta que empresários do Vale do Ribeira, Litoral Sul e da Baixada têm interesse em usar o ramal.


Rosana Valle recebeu informações nesse sentido de especialistas e o irmão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Renato Bolsonaro, que mora em Miracatu, se tornou entusiasta da reativação do trecho. O projeto, inclusive, já recebeu parecer favorável do ministro Tarcisio Freitas.  


Rosana Valle deverá realizar uma reunião com o ministro, em vídeoconferência, nos próximos dias, para tratar do assunto. “Além do serviço de cargas, o ramal tem potencial de uso para o transporte público e também turístico, como aconteceu na época do antigo Expresso Ouro Branco, que marcou gerações que visitaram o Litoral Sul e o Vale. Trata-se de tema de grande importância para o País, cuja iniciativa pioneira de reativação de um ramal ferroviário certamente seria um exemplo para o Brasil”, afirmou.   


A deputada lembrou que seu pedido é urgente por conta da contingência de empenhar este recurso ainda neste exercício. Os técnicos que se reuniram com a deputada defendem o uso de locomotivas à diesel, argumentando que o sistema elétrico é muito caro, complexo, e inviabilizaria a retomada.  


Quanto ao modelo de reativação, os técnicos defendem uma proposta abrangente, que inclua todos os interessados, Governo Federal, as prefeituras, a iniciativa privada, incluindo a própria Rumo e as empresas que operam o transporte público intermunicipal e municipal nas cidades. Isso para que seja estabelecida uma integração do ramal com todo o sistema de mobilidade regional. 


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