Sindicato decide vender botijões de gás a R$ 32 pelo 2º dia seguido na região

Comercialização com preço diferenciado será feita na manhã desta sexta-feira (14), em Cubatão

Por: Tatiane Calixto  -  13/02/20  -  20:47
De janeiro a março deste ano, o gás de cozinha ficou, em média, 0,28% mais caro
De janeiro a março deste ano, o gás de cozinha ficou, em média, 0,28% mais caro   Foto: Matheus Tagé/AT

Botijões de gás serão vendidos pelo segundo dia seguido a R$ 32 na região. A comercialização ocorrerá a partir das 7h desta sexta-feira (14), em frente à Portaria 1 da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão. Nesta quinta-feira (13), houve vendas pelo mesmo valor em Santos.


O ato faz parte do movimento grevista do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP) que, além de melhores condições e garantia de emprego, reivindica mudanças na política de preços do gás.


O valor pelo qual o sindicato venderá os botijões corresponde a praticamente metade do preço normalmente praticado na Baixada Santista, que varia entre R$ 65 e R$ 80. Serão disponibilizadas em Cubatão 250 unidades. Haverá limite de um produto por família e é preciso levar o botijão vazio.


Em Santos, além dos 150 botijões a R$ 32, os grevistas entregaram material informativo sobre a ação. A reivindicação de um preço mais justo ao gás de cozinha e aos combustíveis é uma das bandeiras da greve nacional da categoria, que luta também pela manutenção de direitos e contra a demissão de cerca de mil pessoas da Fafen, uma fábrica de fertilizantes no Paraná.


“Essa é uma ação nacional para divulgar a greve petroleira e mostrar à sociedade que é possível fazer um preço justo do gás”, explicou o coordenador do Sindipetro-LP, Adaedson Costa. O sindicato comprou os botijões por um preço médio de R$ 60 e subsidiou quase a metade do valor para revenda.


Segundo os petroleiros, o preço do gás sofreu uma disparada em 2019, quando o Governo Federal forçou a Petrobras a adotar uma política de paridade com os preços internacionais. Em vez de calcular os custos de produção de gás e petróleo no Brasil pelo real, a moeda brasileira, agora eles são dimensionados em dólar. 


“É claro que esse cenário prejudica a população mais pobre. Cobrar um preço justo é também dar condições dessas famílias conseguirem viver melhor, alavancando a economia e gerando mais empregos”, avalia Costa.


Procurada, a Petrobras informou não ter ingerência no preço do gás de cozinha ao consumidor final. Alega que, desde 2002, as importações de GLP foram liberadas e o seu valor passou a ser definido pelo próprio mercado. O GLP pode ser produzido pela empresa, outros refinadores instalados no país, centrais petroquímicas particulares ou, ainda, importado por qualquer empresa autorizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


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