A vida do cubatense na manhã desta terça (1º) começou amarga: passagem de ônibus a R$ 5,00, após o reajuste de 19% anunciado pela Prefeitura, e chuva. Em um dos pontos mais movimentados da Avenida Nove de Abril, a principal da Cidade, a nova tarifa só piorou o humor de quem aguardava o coletivo. Houve críticas até a um dos locais de parada dos ônibus no Centro.
Ela afirmou que está compensando mais embarcar em um ônibus intermunicipal, pois paga-se R$ 5,50, mas há mais conforto. “O ônibus que sai da Vila Esperança e vai até a praia, em Santos, custa quase a mesma coisa que o municipal. Como pode isso?”, questiona a passageira.
A diarista Márcia de Souza, de 57 anos, ficou consternada. “Isso é um absurdo com o povo. Como que pode um aumento desse, com esses pontos de ônibus desse jeito. Vale a pena pegar o intermunicipal. Ao menos dá para andar sentado”.
Sem atender
A copeira Sandra Maria, de 45 anos, agradece pelo trabalho. “Sorte que eu tenho empresa, que banca minha passagem completa. Mas para qualquer locomoção vai R$ 10,00. Dependendo do caso, vale mais a pena ir de carro de aplicativo”, diz.
Ela conta que as linhas, além de caras, não atendem as necessidades. “Estão péssimos (os ônibus). São caros e não atendem as necessidades, demoram para passar. Os ponto de ônibus vivem cheios”.
A auxiliar de limpeza Fabiana Clemente, de 33 anos, concorda que o trajeto feito entre bairros ficou mais caro e que compensa mais utilizar um coletivo intermunicipal. “Não vale a pena a linha municipal em muitos casos”.
Justificativa
A Prefeitura justificou, em nota sobre o novo valor da tarifa, que o reajuste extraordinário da tarifa dos ônibus municipais é um dos critérios estabelecidos no Contrato 043/2019 celebrado entre a Prefeitura e a Expresso Fênix Viação Ltda., concessionária do transporte público, especialmente quando houver rompimento do equilíbrio econômico-financeiro. O reajuste é de R$ 0,80, conforme decreto publicado na edição de sexta-feira o Diário Oficial.
A última correção havia sido há 11 meses, de R$ 3,20 para R$ 4,20 — alta acumulada de 56,3% em menos de um ano. Estudantes pagam meia-passagem, ou R$ 2,50. Segundo o Decreto 11.768, a tarifa cobrada pela concessionária do serviço chegou a R$ 7,14. O subsídio do Município passou a R$ 2,14 por viagem.