Um jovem cubatense voltou dos Estados Unidos com prêmios em mãos e uma nova ferramenta capaz de auxiliar a Medicina. Estudante de escola pública e de origem humilde, Vitor Hugo Xavier dos Santos Arruda, de 18 anos, desenvolveu um método preventivo para detectar o câncer cerebral.
Foi em uma Iniciação Científica que a ideia do experimento surgiu. Com o apoio do professor Alexandre Maniçoba, o jovem desenvolveu um capacete capaz de detectar o câncer cerebral por meio do uso de ondas eletromagnéticas. "O capacete consegue detectar a diferença da massa encefálica. São duas antenas que lançam ondas eletromagnéticas, e caso tenha alguma massa diferente, a onda retornará diferente", explica o jovem.
Segundo Vitor, uma das vantagens do equipamento é seu custo, podendo ser implantado com maior facilidade na rede básica de saúde. Sua invenção custa por volta de R$ 6 mil, enquanto uma máquina de ressonância magnética pode atingir valores até R$ 1,2 milhão.
"Ele não foi feito para substituir a ressonância, mas para servir como um pré-exame. Ele pode salvar muitas vidas, já que o câncer cerebral atinge jovens de um a 19 anos de idade, e é uma doença silenciosa. Geralmente, quando descoberto, já está em seu estágio final", comenta.
Origens
Vindo de uma família humilde, Vitor e seus dois irmãos foram criados apenas pela mãe, que é ascensorista em um hospital. "Passamos por diversos problemas, mas ela sempre cuidou dos três filhos sozinha e nunca deixou a desejar. Levava os três para a escola mesmo com chuva e tendo que pegar três ônibus", lembra.
O jovem conta que nasceu no bairro Cota 200, e que estudou apenas em escolas públicas. Hoje, cursando o 4º ano do Ensino Médio no Instituto Federal de São Paulo, campus Cubatão, ele conseguiu se destacar.
Vitor Hugo ficou entre os 500 primeiros de três mil estudantes inscritos para participar da TrepCamp, evento simulador de empreendedorismo para jovens. Com a invenção, seu grupo, formado por membros da Colômbia, Peru e México, conseguiu vencer a edição de Nova Iorque e irá participar do campeonato mundial em Los Angeles.
Além dos prêmios para a equipe, ele ainda trouxe para Cubatão o título de jovem inovador e melhor participante do evento. Para a família, vê-lo ir tão longe é motivo de orgulho. "Viver tudo isso foi uma dádiva para mim e minha família. Então, me deixa muito feliz trazer todo esse orgulho para eles", comenta.
Para o cubatense, o céu é o limite, e os próximos desafios tecnológicos estarão no ar. "Quero fazer Engenharia Aeronáutica. Sempre foi meu sonho!", finaliza.