Entre 50 e 60 manifestantes foram às ruas do Jardim Casqueiro, em Cubatão, no início da tarde de sábado (11), para protestar contra a medida do Governo Federal de bloquear 30% das despesas de custeio das universidades federais. Alunos, professores e diretores do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) saíram com faixas, bandeiras e gritos de ordem da frente do campus de Cubatão e seguiram pelas ruas do bairro.
“Com esse contigenciamento, não vamos ter capacidade nem de comprar caneta para quadro branco ou consumir o lanche que é fornecido pelas escolas. Na quinta-feira, nosso diretor apresentou uma planilha na qual mostra que serão afetados os setores de fornecimento de material permanente (mesas, cadeiras) e também de suprimentos do laboratório de informática. Nosso campus não está na pior das condições, ele se destaca pelo fomento de incentivar a pesquisa na região. Mas tem campus que vão sofrer mais ainda”, justifica o presidente do Grêmio Livre Estudantil Chico Mendes do IFSP, Gustavo Henrique Pereira Dantas.
Na última terça-feira (7), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, minimizou o tamanho do contingenciamento em audiência na Comissão de Educação, no Senado.
“A universidade federal hoje no País custa R$ 1 bilhão. Não dá para buscar nada? Todo mundo no País está apertando o cinto”, disse Weintraub.
Com o bloqueio de R$ 7,3 bilhões do orçamento do Ministério da Educação (MEC), o ministro negou por diversas vezes que haja corte de recursos para as universidades federais e disse que houve um contingenciamento.
“Se a economia tiver crescimento, com a aprovação da Reforma da Previdência, se descontigencia o recurso. Não há corte, a economia impôs o contingenciamento diante da arrecadação mais fraca e nós obedecemos”, disse.
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de dez dias para o presidente Jair Bolsonaro se manifestar sobre o bloqueio de 30% das despesas de custeio das universidades federais, e submeteu o processo para julgamento do plenário da Corte.
Organizados em vários grupos de WhatsApp, com a participação de representantes de todos os campus de São Paulo e a maioria do Brasil, os alunos esperam reverter a decisão do governo. “Como não temos nenhuma placa na frente do IFSP, muitos desconhecem o que é feito aqui. Mas teremos outras manifestações também”, diz Dantas. (Com informações do Estadão Conteúdo)