Casal cria varal solidário para vestir pessoas carentes em Cubatão

Em prática desde julho, iniciativa busca ajuda de moradores para arrecadação e exposição de roupas na Praça da Independência, no Jardim Casqueiro

Por: Verônica Sampaio & De A Tribuna On-line &  -  19/09/19  -  17:36
Idealizadores criaram uma placa de exposição do projeto
Idealizadores criaram uma placa de exposição do projeto   Foto: Arquivo Pessoal

O frio pode ser cruel com aqueles que não têm como se aquecer. É preocupante a falta de roupas para moradores de rua. Pensando nisso, um casal de Cubatão criou uma iniciativa que busca uma corrente de solidariedade para com os menos favorecidos. Um varal solidário, localizado na Praça da Independência, no bairro Jardim Casqueiro, tornou-se um ponto em que as pessoas podem deixar ou pegar peças.


A analista de compras Lívia Ferreira, de 27 anos, conta que ela e o noivo, João Nogueira, arquiteto de 32, criaram o projeto como forma de ajudar as pessoas que estão nas ruas.


A iniciativa surgiu a partir de uma reflexão do casal ao ver notícias de pessoas em situação de rua com a aproximação do frio. João viu uma moradora de rua procurando por comida, debaixo de chuva, e vestindo um saco de lixo como casaco. A conversa começou daí, e eles resolveram fazer algo que pudesse contribuir.


Varal fica na Praça da Independência, no Jardim Casqueiro, em Cubatão
Varal fica na Praça da Independência, no Jardim Casqueiro, em Cubatão   Foto: Reprodução/Facebook

"Pensamos em uma comunicação para engajar todo o bairro. A intenção é que todos se sintam donos do varal. Por isso, convidamos as pessoas a participarem. Começamos pedindo doações para familiares e amigos, dando início à ação. Fizemos a placa para explicar como funciona e fomos surpreendidos quando voltamos, uma hora depois, e já não encontrarmos mais as roupas”, conta.


Para a idealizadora, a importância do projeto é esquentar quem vê no inverno uma época difícil, e motivar a comunidade a olhar para as necessidades do próximo.


“A intenção é ajudar quem precisa, quem não tem condição de comprar um agasalho. E assim, poder manter o inverno de todo mundo um pouco mais quente. E esperamos motivar outras pessoas a fazer o mesmo. Doar com o coração aberto, e esperar a consciência de quem pega”, reflete.


Durante as chuvas, as roupas são cobertas com plástico para se manterem secas
Durante as chuvas, as roupas são cobertas com plástico para se manterem secas   Foto: Reprodução/Facebook

Lívia explica que ela e o noivo passam algumas vezes por dia no local para saber como está o varal. Geralmente, eles o enchem e em poucas horas já está vazio. A divulgação da ação é feita por meio de página no Facebook. Devido à grande repercussão, ela diz que estão alcançando mais pessoas do que esperavam.


“A intenção é que seja uma ação colaborativa. As pessoas podem colocar e tirar a roupa que julgarem necessário. Esperamos que todos tenham a consciência do quanto um agasalho pode ser importante para o próximo. Então, fortalecemos o trabalho coletivo da vizinhança. Não queremos ouvir notícias como as dos moradores de rua que morreram de frio em São Paulo”, aponta.  


Além da ajuda da comunidade, o projeto conta com o apoio de lavanderias, que colaboram com sacos para embalar as roupas nos dias de chuva. Lívia conta, ainda, que a ideia é seguir com o projeto em outras épocas do ano, visando sempre o estilo de roupa mais adequado para a estação.



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