Presidente da Câmara de Bertioga pede unificação de tarifa na travessia de balsas

Carlos Ticianelli (PSDB) quer que valores cobrados aos finais de semana sejam os mesmos dos dias úteis. Ele também apontou diferenças com a travessia Santos/Guarujá

Por: Bruno Gutierrez  -  16/02/21  -  21:36
Vereador visitou a travessia de balsas na última semana
Vereador visitou a travessia de balsas na última semana   Foto: Divulgação/Carlos Ticianelli

O presidente da Câmara de Bertioga, Carlos Ticianelli (PSDB), quer que o Departamento Hidroviário de São Paulo (DH) unifique o valor da tarifa cobrada na travessia de balsas entre o município e Guarujá. Atualmente, os valores são distintos entre dias úteis e finais de semana.


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Automóveis e caminhonetes, por exemplo, pagamR$ 6,15 em um dia de semana. Já aos sábados, domingos e feriados, esse valor sobe para R$ 9,20. O veraedor pede que seja cobrado o menor preço em todos os dias. Ele enviou um ofício ao governo estadual para pedir o realinhamento da tarifa.


"A variação de preço é aplicada em todos os segmentos de veículos sendo que o acréscimo do preço para sábados, domingos e feriados eleva-se em 50% sem, no entanto, se justificar", disse Ticianelli no documento.


Ele também comentou que o mesmo não ocorre na travessia entre Santos e Guarujá, que possui um maior trecho de navegação e volume de veículos. Além disso, ele destacou que, neste caso, a cobrança é feita somente no lado de Guarujá. Já na travessia Bertioga/Guarujá, existe pedágio nos dois sentidos.


"Temos patente tratamento desigual em uma mesma prestação de serviços, aliás, diga-se mesma prestação de serviços quando analisada em sua atividade fim, pois quando observada no aspecto qualidade, Bertioga /Guarujá paga-se mais por um serviço infinitamente inferior, com embarcações refugadas e em números diminutos que não comportam o fluxo e deixam seus usuários à mercê de um serviço de qualidade duvidosa", ponderou o parlamentar.


Segundo Ticianelli, se a indicação não for respondida ou nenhuma atitude for tomada, ele irá convocar uma reunião com os responsáveis pelo transporte hidroviário da região.


"Caso a gente não consiga essa reunião, vamos entrar no Ministério Público solicitando um pedido de informação, já que nos finais de semana e feriado, o DH não aumenta nem a quantidade de balsa e nem o efetivo de funcionários. É o mesmo, sendo que mesmo que aumentasse não justificaria o valor diferenciado porque o movimento é maior aos fins de semana também", comentou o presidente da Câmara.


A Dersa, antiga responsável pela travessia de balsas, foi extinta pelo governo de São Paulo, que pretende privatizar o serviço. Ticianelli espera que o Poder Público regional fique atento quanto a possibilidade da privatização.


"Como vereador e fiscalizador do Executivo espero que a Associação dos Prefeitos da Baixada Santista estejam bem atentos na questão da privatização. Que todos os prefeitos das nove cidades da Baixada Santista venham ter sensibilidade para realizar reuniões e debates com a comunidade, e de repente com as Câmaras, para que venham ter um bom senso na questão da privatização do transporte hidroviário da Baixada Santista. Isso para que nem os nossos moradores e também os turistas sejam mais lesados do que já são na questão da balsa e pedágio", disse o vereador.


Resposta


Questionada, a Secretaria de Logística e Transportes do estado de São Paulo destacou que a tarifa das travessias litorâneas não é reajustada há dois anos. "Ainda assim, desde que assumiu, em 2019, a SLT tem realizado investimentos importantes nas travessias, que permitiu uma melhora significativa em todo o sistema e um atendimento mais ágil aos usuários. Embarcações reformadas foram entregues, a manutenção passou a ser 24 horas e os usuários ganharam novos canais de informação em tempo real. Bertioga/Guarujá passou ainda a contar, pela primeira vez, com uma lancha exclusiva para pedestres e ciclistas, proporcionando mais agilidade e conforto aos usuários", disse em nota.


Ainda sobre os valores cobrados, a pasta explicou que as tarifas diferenciadas são adotadas para preservar o poder aquisitivo da população que utiliza as travessias diariamente para seus compromissos profissionais e pessoais. "Desta forma, durante a semana, quando o maior número de moradores e trabalhadores utilizam as travessias, o valor da tarifa é reduzido. Já aos finais de semana e feriados, quando aumenta a demanda de turistas, esse valor é reajustado prevendo o equilíbrio do sistema. Na travessia Bertioga/Guarujá a cobrança é bidirecional, correspondendo a metade da tarifa em cada sentido da viagem", pontou a secretaria.


De acordo com a pasta, as receitas obtidas com a cobrança dessas tarifas são destinadas à manutenção e conservação das embarcações, instalações e equipamentos, bem como à operação de todas as travessias.


Já sobre a privatização, a Secretaria de Logística e Transportes disse que oGoverno de São Paulo já iniciou o processo de concessão com a contratação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a definição da modelagem desse processo. A expectativa do estado é que a concessão modernize todo o sistema.


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