Metro quadrado ultrapassa R$ 10 mil em Bertioga

Pesquisa do Creci aponta valores médios para apartamentos usados na Baixada Santista

Por: Marcelo Santos & Editor &  -  27/05/19  -  00:00
Apartamentos na Riviera de São Lourenço, em Bertioga
Apartamentos na Riviera de São Lourenço, em Bertioga   Foto: Rogério Soares/ AT

Os valores médios do metro quadrado dos apartamentos vendidos em Bertioga chegam a atingir quase o triplo do registrado na área nobre de Santos, segundo a pesquisa de março do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci). 


De acordo com o estudo, o metro quadrado médio de Bertioga atingiu R$ 10.428,57 nas unidades de dois dormitórios e R$ 9.459,46 nas de três. 


No caso santista, considerando-se apenas a área nobre, a média do metro quadrado de dois quartos foi de R$ 3,6 mil e a para três dormitórios, R$ 4.174,31. 


Segundo fontes do mercado, os apartamentos de Bertioga pesquisados estão concentrados na Riviera de São Lourenço, que atrai compradores de alta renda da Capital e, por isso, tem padrão mais homogêneo, com preços elevados. 


Nos últimos anos, os imóveis da Riviera têm se situado entre os mais caros do Estado em pesquisas do Creci, que considera os usados comercializados pelas imobiliárias associadas ao conselho. 


Em Santos, a faixa nobre é bem ampla, estendendo-se por toda a orla e com uma oferta diversificada, com médio e alto padrões e imóveis mais antigos. 


Porém, uma consulta aos sites de negociação de imóveis mostra os valores astronômicos que os apartamentos da Riviera atingiram. Um deles, o Zap, aponta 24 imóveis que custam mais de R$ 10 milhões.


O apartamento mais caro é oferecido a R$ 19 milhões. Ele tem 551 metros quadrados, cinco suítes e cinco vagas de garagem.


Em Santos, há apenas três apartamentos pelo mesmo preço – R$ 10 milhões. Eles estão localizados na Vila Rica e têm quatro suítes e quase 500 metros quadrados.


A pesquisa também apurou o valor médio de venda por unidade. Bertioga tem o patamar de R$ 730 mil para dois quartos, de R$ 1,05 milhão a R$ 2 milhões para três e de R$ 2,6 milhões para quatro. 


Em Santos, os apartamentos custam, em média, R$ 270 mil para dois quartos e de R$ 455 mil a R$ 1,1 milhão para três, sem registros para quatro. 


Guarujá e Praia Grande


Nas demais cidades da Baixada Santista, segundo a pesquisa do Creci, a média por valor de venda de apartamentos é de R$ 800 mil em Guarujá e de R$ 500 mil em Praia Grande. 


Porém, na área nobre de Praia Grande, conforme critério do Creci, há opções de R$ 150 mil a R$ 155 mil, os mais competitivos da região.


Mercado imobiliário ainda patina


A pesquisa do Creci considerou imóveis usados negociados por 922 imobiliárias de 37 cidades. Depois de altas em janeiro e fevereiro, o levantamento apontou queda nas vendas de 4,17% e recuo de 2,63% na locação na comparação com o mês anterior. 


Entretanto, houve alta no primeiro trimestre de 13% nas vendas e de 9,54% na locação. Apesar de haver necessidade de mais dados para provar tendência de recuo, o resultado está em linha com o esfriamento da economia em março.


A confiança continua segurando os investimentos no País, porém, quem tem recursos, mesmo se não pertencer ao seleto grupo com condições de adquirir imóveis acima de R$ 1 milhão, pode encontrar boas oportunidades de negócio em nichos específicos.


“O preço menor é o que move a maioria dos compradores de usados, como recorrentemente mostram as pesquisas do Creci-SP, e eles juntam a isso o benefício do desfrute de um lugar mais amplo, especialmente quando se trata de famílias”, afirma o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto.


Segundo ele, os usados reduziram, mas, proporcionalmente, os preços relativos aumentaram. “Os usados (...) se firmam como opção que combina preço menor e espaço interessante”, diz Viana. 


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